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Biotecnologia enzimática otimiza digestibilidade e valor nutricional dos alimentos

A aplicação da biotecnologia no desenvolvimento de enzimas específicas tem proporcionando melhorias significativas na digestibilidade e no valor nutricional dos produtos alimentícios. Como biocatalisadores naturais, as enzimas desempenham importante papel na aceleração de reações bioquímicas, permitindo a modificação de componentes alimentícios de maneira eficiente e controlada.

A biotecnologia permite o desenvolvimento de enzimas com propriedades otimizadas, como especificidade de substrato aprimorada, estabilidade térmica aumentada e resistência a variações de pH, o que tem sido fundamental na criação de enzimas tailor-made, adaptadas para funções específicas em processos alimentares. Essas enzimas podem ser produzidas em larga escala utilizando organismos hospedeiros geneticamente modificados, como bactérias, leveduras e fungos filamentosos, através de técnicas de clonagem e expressão gênica.

No contexto da digestibilidade, as enzimas biotecnológicas, como amilases, proteases e lipases, são amplamente utilizadas para a degradação de macronutrientes complexos em componentes mais simples e assimiláveis. Amilases, por exemplo, catalisam a hidrólise de amidos em açúcares simples, facilitando a digestão e aumentando a biodisponibilidade de carboidratos. As proteases, por sua vez, são empregadas na quebra de proteínas em peptídeos e aminoácidos, melhorando a digestibilidade proteica e reduzindo potenciais alérgenos. As lipases catalisam a hidrólise de gorduras, resultando em ácidos graxos livres e monoglicerídeos, que são mais facilmente absorvidos pelo trato gastrointestinal.

Além de melhorar a digestibilidade, as enzimas biotecnológicas também contribuem para a melhoria do valor nutricional dos alimentos. Um exemplo é a utilização de fitases na redução do teor de fitato (antinutriente que se liga a minerais essenciais, como ferro, zinco e cálcio, impedindo sua absorção) em cereais e leguminosas. A adição de fitases ao processo de produção de alimentos resulta na liberação desses minerais, aumentando sua biodisponibilidade e, consequentemente, o valor nutricional do produto final.

Outra aplicação relevante é a utilização de enzimas para a produção de alimentos funcionais, que possuem benefícios adicionais à saúde. A lactase, por exemplo, é adicionada a produtos lácteos para hidrolisar a lactose, tornando-os adequados para consumidores intolerantes à lactose. As enzimas também são usadas na modificação de fibras alimentares, convertendo-as em prebióticos que promovem a saúde intestinal.

A biotecnologia enzimática também permite a inovação em produtos de panificação e confeitaria. Enzimas como xilanases e proteases são usadas para melhorar a textura, volume e frescor de pães e bolos, enquanto as amilases são utilizadas para retardar o envelhecimento do amido, prolongando a vida útil dos produtos.




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