Em 2023, surgiram diversas orientações e recomendações sobre alimentos ultraprocessados (AUP). A British Nutrition Foundation (BNF) publicou seu posicionamento em alinhamento com diretrizes governamentais do Reino Unido. No entanto, houve controvérsias devido a relatos de colaboração entre pesquisadores e empresas que comercializam esses produtos.

Estudos observacionais associaram o consumo de alimentos ultraprocessados a dietas menos saudáveis e a problemas de saúde, como obesidade, doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. A causalidade, entretanto, não foi estabelecida de forma conclusiva, devido a fatores de confusão e a dificuldade na definição e classificação dos mesmos.

A classificação NOVA categoriza alimentos com base no grau de processamento, demonstrando que o aumento do consumo de ultraprocessados está associado a efeitos negativos na saúde. No entanto, essa classificação não considera a qualidade nutricional. Os ultraprocessados possuem alta densidade energética, falta de saciedade e são hiperpalatáveis, contribuindo para comportamentos alimentares não saudáveis.

Um estudo mostrou que o consumo de alimentos ultraprocessados levou ao ganho de peso. Empresas do setor alimentício têm desenvolvido produtos mais saudáveis, contudo, diversos alimentos podem ser classificados como ultraprocessados, incluindo alguns que fazem parte de uma dieta saudável.

Segundo especialistas, é importante entender que a maioria dos alimentos, senão todos, não são simplesmente bons ou ruins, mas uma mistura de ambos. Classificar todos os alimentos ultraprocessados como não saudáveis pode ter efeitos contraproducentes, afastando os consumidores de alimentos potencialmente benéficos à saúde e desencorajando a indústria a desenvolver produtos mais saudáveis.