A bebida refrescante, que antigamente era popular apenas nas cidades litorâneas, conquistou os centros urbanos depois que passou a ser comercializada em caixinhas.
O produto, além de ser pouco calórico, possui diversos nutrientes – vitaminas, minerais, aminoácidos, antioxidantes – que tornam a água de coco um agente de muitos benefícios ao organismo. No entanto é importante enfatizar que hipertensos e diabéticos não devem consumir a bebida em excesso, já que ela possui naturalmente em sua composição sódio e açúcar.
No Brasil, o consumo de água de coco chega a alcançar 64 milhões de litros por ano, ultrapassando, por exemplo, o volume de bebidas energéticas vendidas no país. Por isso, a Proteste, Associação de Consumidores, avaliou pela primeira vez, seis marcas de água de coco vendidas em território nacional. Foram avaliadas as marcas Do Bem, KeroCoco, Obrigado, Coco do Vale, Sococo e Ducoco em diversos quesitos, como rotulagem, acidez, presença de açúcar e micro-organismos e análise sensorial .
O teste identificou que, algumas afirmações presentes no rótulo, como “100% coco praiano”, “sem conservadores” e “sem adição de açúcar”, podem induzir o consumidor a uma interpretação errada. É o caso da Sococo, vendida como um produto natural, mas que traz entre os seus ingredientes sacarose e metabissulfito de sódio (substância que pode inclusive desencadear crises de asma em pessoas que sofrem da doença).
Já a marca Ducoco traz a mensagem “0% gordura e colesterol”, fazendo marketing para uma característica que toda água de coco possui naturalmente. O próprio produto informa, em letras bem pequenas, que é um benefício natural do produto (“como toda água de coco”). Em contrapartida, como exemplo positivo nesse quesito, podemos citar a marca Obrigado que cumpre as alegações “sem adição de açúcar” e “sem adição de conservadores” à risca.
Em relação ao modo de conservação, as marcas Obrigado e Do Bem deixaram a desejar, já que não só omitem orientações sobre o armazenamento do produto como também não alertam sobre o perigo à saúde quando essas indicações não são seguidas, como prevê a lei.
O teste constatou, ainda, que das seis marcas testadas, quatro (Coco do Vale, DuCoco, KeroCoco e Obrigada) não apresentam a data de fabricação na embalagem. Por lei a informação não é obrigatória, mas permite que o consumidor opte por bebidas que tenham sido produzidas a menos tempo.
Já na análise da veracidade das informações, algumas marcas apresentaram uma variação na rotulagem superior aos 20% permitidos. A Coco do Valle e DuCoco mostraram diferenças de mais de 30% para sódio e potássio. E a Sococo chega a ter 64% a menos de sódio do que o informado na rotulagem.
Nos últimos testes, realizados pela Associação, foi constatado um problema recorrente no setor alimentício: a falta de veracidade nas informações dos rótulos. Esse tipo de conduta configura oferta enganosa e de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, a oferta e apresentação de produtos deve assegurar informações corretas sobre suas características, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde dos consumidores.
Visando o fim dessa prática, a Proteste enviou os resultados do teste a Anvisa, pedindo fiscalização e ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, pedindo que sejam determinadas as adequações das embalagens.