O grupo americano Coca-Cola anunciou nesta sexta-feira um acordo para comprar a rede de cafeterias Costa por 3,9 bilhões de libras (5,1 bilhões de dólares).
A informação foi confirmada pelo atual proprietário da rede, o grupo britânico Whitbread, que havia anunciado em abril um projeto de divisão em duas empresas: uma para os hotéis de baixo custo Premier Inn e outra para as cafeterias Costa, a maior rede do setor no Reino Unido e que o grupo decidiu vender.
De acordo com a empresa britânica, a venda para a Coca Cola é mais interessante que a divisão prevista.
A rede de cafeterias registrou um volume de negócios de 1,29 bilhão de libras no exercício 2017-2018, com um lucro operacional de £ 123 milhões
A Whitbread era dona da Costa há 23 anos, quando adquiriu a franquia por 19 milhões de libras. Na ocasião, contava com apenas 39 lojas. A intenção do grupo agora é focar suas atividades na rede hoteleira Premier. Quase a totalidade dos recursos (3,8 bilhões de libras) será distribuída entre os acionistas. O restante será usado para pagamento de dívidas da Whitbread, direcionado a seu fundo de pensão e também para financiar a expansão do Premier Inn.
Conforme o porta-voz da Coca-Cola, a entrada nesse segmento será uma oportunidade para a empresa estrear no mercado de bebidas quentes, que não faz parte de seu portfólio de atuação hoje como uma marca global, e ampliar o conhecimento na área de café. A multinacional de refrigerantes tem ampliado sua oferta de produtos em vários segmentos de bebidas e diversificado sua linha para itens que contam com menos quantidade de açúcar, como é o caso de seu produto mais forte.
A Costa, que foi fundada em 1971, é vista como uma grande rival da americana Starbucks no Reino Unido. A expectativa é a de que o negócio seja concluído na primeira metade do ano que vem.
Presidente da Coca diz que aquisição é aposta no crescimento rápido do setor
O CEO da Coca-Cola, James Quincey, disse que a aquisição da rede de cafés Costa, anunciada pela companhia nesta manhã, é uma aposta no rápido crescimento da operação global de café. "É uma estratégia no café, não uma estratégia de varejo", afirmou Quincey, que está no comando da empresa desde maio de 2017. No início desta manhã, a companhia anunciou a aquisição da rede britânica de cafeterias Costa, que pertence ao grupo britânico de lazer Whitbread, por US$ 5,1 bilhões. A Costa, que foi fundada em 1971, é vista como uma grande rival da americana Starbucks no Reino Unido.
O negócio marcará a maior aquisição de marca na história da Coca-Cola. A multinacional vem buscando diversificar suas atividades para além da produção de refrigerantes, apostando em bebidas com menos açúcar. "Os consumidores continuam querendo gastar mais dinheiro em bebidas", disse Quincey. "Querem uma diversidade maior, incluindo café em seus vários formatos."
Segundo ele, a Coca-Cola não tem planos de abrir cafeterias da Costa nos Estados Unidos, mas a empresa levará máquinas e grãos de café da marca para postos de gasolina, campi universitários e restaurantes de serviço rápido no país. Com a Costa, a Coca-Cola ganha participação na Europa, Ásia e Oriente Médio. A rede britânica de cafeterias conta com cerca de 4 mil lojas em 32 países, e possui a maior marca de café pronto para beber, a Geórgia, com forte mercado no Japão. Entre os planos do grupo divulgados pelo presidente-executivo está a expansão da Costa na China.
No ano encerrado em 1º de março, a Costa Cafés gerou receita de US$ 1,69 bilhão, enquanto a Starbucks teve US$ 22,4 bilhões em receita bruta. Já a Coca-Cola registrou US$ 35,4 bilhões de faturamento. A expectativa é a de que o negócio seja concluído na primeira metade do ano que vem.
O mercado de café tem atraído as grandes empresas. Neste semana a Nestlé concluiu acordo que lhe permite comercializar parte dos produtos da Starbucks no mercado global, em um negócio de US$ 7 bilhões. A europeia JAB Holding também se move agressivamente para comprar ativos de café.