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SAÚDE CARDIOVASCULAR mentícios enriquecidos com ômega 3, como ovos, óleos, produtos de pa- nificação, leites, fórmulas infantis, maioneses, margarinas e molhos, produtos cárneos e aves. Já os ácidos graxos ômega 6 são fundamentalmente encontrados em azeites e óleos de sementes, bem como em cereais. Os mais proe- minentes são o ácido linoleico e o ácido araquidônico. A participação dos ácidos graxos ômega 6, em perfeito equilíbrio com os ômega 3, é de fundamental relevância para a prevenção de doenças cardiovasculares, uma vez que o ômega 6 ajuda na diminuição dos níveis de colesterol total e LDL. Os ômega 6 poliinsaturados, como o linoleico, tendem a reduzir ambos os tipos de colesterol (LDL e HDL - High Density Lipoproteins, ou Lipoproteínas de Alta Densidade) no sangue e estão presentes nos óleos de milho, soja e girassol. Os monoin- saturados, presentes fundamental- mente no azeite de oliva, tendem a diminuir os níveis de colesterol LDL, sem afetar o colesterol HDL. A família ômega 9 consiste em um ácido graxo monoinsaturado, re- lacionado a níveis de triglicerídeos mais saudáveis, além de ajudar na diminuição dos níveis de coleste- rol total sanguíneo LDL e, ainda, aumentar o HDL. Esse tipo de gordura está pre- sente no azeite de oliva, azeitona, oleaginosas (castanhas, amêndoas e nozes), óleo de canola e abacate. Tal efeito se deve ao bom conteúdo de fitoesteróis, substâncias que auxiliam na eliminação do coles- terol e, também, na diminuição da circunferência abdominal. Outro alimento rico em ômega 9 e que faz parte da famosa dieta mediterrânea é o azeite de oliva extra virgem. O consumo regular ajuda no combate ao colesterol total e LDL e, assim como o abacate, também aumenta o HDL. Além disso, é altamente anti- inflamatório, fornecendo uma boa carga de antioxidantes ao organis- mo, o que reduz a oxidação através da inibição da peroxidação dos lipí- dios, fator que está envolvido nas doenças coronarianas, no câncer e no envelhecimento. Uma dieta rica nesse tipo de áci- do graxo tem efeito protetor contra doenças cardiovasculares, pois pro- duz um aumento das lipoproteínas de alta densidade e diminui as de baixa densidade. O efeito também é mostrado, como consequência, no colesterol total, que diminui nas dietas com alimentos ricos em ácidos graxos ômega 9. FUNÇÃO TERAPÊUTICA DOS FITOESTERÓIS Também chamados de esteróis vegetais, os fitoesteróis são este- róis compostos por 27 a 29 átomos de carbono e estruturalmente semelhantes ao colesterol, diferen- ciando-se deste pelas configurações no núcleo ou na cadeia lateral, ou ainda, pelos seus grupos polares. A utilização de compostos fitoes- teróis com fins terapêuticos para prevenção de doenças cardiovascu- lares é conhecida desde a década de 50. A pesquisa científica e o interesse comercial contribuíram para a disseminação do emprego dos fitoesteróis como agentes re- dutores dos níveis de colesterol e fizeram destes compostos produtos de interesse para a prevenção de doenças cardiovasculares. Estudos pré-clínicos e clínicos comprovaram a sua eficácia e segurança na redu- ção dos níveis de colesterol LDL, principal fator de risco para doenças cardiovasculares. Numerosos ensaios clínicos demonstraram que os fitoesteróis reduzem o colesterol total e o LDL ao inibirem parcialmente a sua absorção. A digestão dos fito- esteróis inicia-se na boca, onde os alimentos que os contém começam a ser degradados em moléculas de gordura menores para poderem ser emulsionadas. À semelhança do que acontece com o colesterol, a emul- sificação das gorduras aumenta a área de contato para as enzimas digestivas atuarem. O transporte dos fitoesteróis nas micelas é feito por difusão ou pelos mesmos trans- portadores do colesterol. Uma vez no interior dos enterócitos, os fito- esteróis são esterificados, tal como o colesterol, antes de serem incor- porados nos quilomicra (partículas produzidas pelas células intestinais, compostas de cerca de 85% a 95% de triglicerídeos de origem da dieta, pequena quantidade de colesterol livre e fosfolipídios e 1% a 2% de proteínas) e, subsequentemente, lançados na corrente sanguínea. Os mecanismos pelos quais os fito- esteróis interferem com a absorção de colesterol foram identificados a nível físico-químico; no local de absorção; e a nível do “tráfego” intracelular de esteróis. Com relação aos efeitos a nível físico-químico, por serem mais hidrofóbicos do que o colesterol, os fitoesteróis possuem maior afini- dade com as micelas. Assim sendo, podem substituir o colesterol nessas partículas e serem absorvidos ao invés do colesterol. Com relação aos efeitos no local de absorção, a enzima pancreática esterase do colesterol hidrolisa este composto, transformando-o em co- lesterol livre, e somente na forma livre é que o colesterol pode ser absorvido pelos enterócitos. Devido a sua semelhança estrutural com o colesterol, os fitoesteróis atuam como substrato para essa enzima, diminuindo a sua atividade e a sua ação sobre o colesterol. Com relação aos efeitos a nível do tráfego intracelular de coleste- rol, o up-take de colesterol é regula- do por transportadores presentes na bordadura em escova da membrana intestinal. Estes transportadores usam ATP (Adenosine Triphosphate, ou Adenosina Trifosfato) como fonte de energia para excretar os esteróis de novo para o lúmen intestinal e, devido as semelhanças estruturais, os fitoesteróis competem com o co- lesterol por estes transportadores. Outra possível forma de ação é o fato dos fitoesteróis suprimirem a atividade da ACAT (colesterol acil- transferase) e, consequentemente, reduzirem o up-take de colesterol. Limitando a esterificação e a in- 48 ADITIVOS | INGREDIENTES