Page 39 - Aditivos | Ingredientes - Ed.169
P. 39

   ÓLEOS ESSENCIAIS E SEUS COMPONENTES Os óleos essenciais são líquidos incolores, compreendendo princi- palmente compostos aromáticos e voláteis naturalmente presentes em todas as partes das plantas, como folhas, cascas, flores, brotos, sementes e caules, extraídos por vários métodos, sendo o de destila- ção a vapor amplamente utilizado, especialmente para produção em escala comercial. Localizados nos citoplasmas de algumas células vegetais, secretadas especificamente em tricomas ou pelos secretores, células epidérmi- cas, células secretoras internas e bolsas secretoras, os óleos essen- ciais são uma mistura de mais de 300 compostos diferentes, princi- palmente de compostos voláteis com pesos moleculares abaixo de 1.000 Da. Os compostos voláteis são ma- joritariamente classificados em várias classes químicas como al- deídos, cetonas, álcoois, aminas, amidas, fenóis e principalmente ter- penos. Entre esses, os álcoois, aldeí- dos e cetonas oferecem uma ampla variedade de efeitos aromáticos. Os compostos de baixo peso molecular, como os terpenos e os terpenóides, estão presentes na maioria dos óleos essenciais e são responsáveis por várias atividades, incluindo a conservação de alimentos. Os terpenos são um dos prin- cipais grupos de componentes químicos, estruturalmente e funcio- nalmente diferentes. As estruturas básicas dos terpenos incluem cinco unidades baseadas em carbono, conhecidas como isoprenos. Os principais tipos de terpenos são os sesquiterpenos e os monoterpenos, sendo estes últimos formados pela combinação das duas unidades bá- sicas de dois isoprenos e atuando como compostos principais dos óleos essenciais, significativamente associados à formação de uma gran- de variedade de estruturas. Os compostos aromáticos dos óleos essenciais podem ser dividi- dos em dois grupos principais: os hidrocarbonetos e os compostos oxigenados. Os hidrocarbonetos são um dos principais constituintes dos óleos essenciais, sendo compostos por apenas duas estruturas básicas: átomos de carbono e hidrogênio. São altamente solúveis em lipídios e muito pouco solúveis em água. Os hidrocarbonetos simples, como os alcanos, alcenos e benzenóides, também são conhecidos como hidrocarbonetos não terpenóides. Com base na presença da cadeia de átomos de carbono, os hidro- carbonetos são classificados em hidrocarbonetos alifáticos, alcanos e aromáticos. Os hidrocarbonetos alifáticos são cadeias lineares que não pos- suem anel aromático. Geralmente, estão presentes em quantidades muito pequenas e são responsáveis pelo odor, devido a presença de gru- pos funcionais oxigenados. Nos alcanos, todos os átomos são conectados por uma ligação simples entre os dois átomos de carbono em suas estruturas, enquanto os alcinos possuem mais de uma ligação tripla de carbono. Além disso, a maioria dos óleos essenciais possui uma ou mais estruturas em anel, denomina- da mono-bi-tri-tetracíclica e assim por diante. Os compostos aromáticos, como o benzil, feniletil e fenilpropil, geralmente possuem um anel de benzeno, bem como estruturas po- licíclicas, como naftaleno e benzopi- reno, que são os primeiros derivados do benzeno isolado das plantas e responsáveis pelo cheiro agradável. Os compostos oxigenados são a combinação de átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio, e há uma variedade de compostos encontra- dos nos óleos essenciais. Podem ser derivados dos terpenos, sendo denominados terpenóides. Alguns compostos oxigenados predominan- tes em óleos essenciais de plantas são os fenóis (timol, eugenol, car- vacrol, chavicol, timol etc.); álcool monoterpenos (borneol, isopulegol, lavanduol, α-terpineol etc.); álcool sesquiterpenos (elemol, nerolidol, santalol e α-santalol); aldeídos (citral, mirrenal, cuminaldeído, citronelal, cinamaldeído, benzaldeí- do etc.); cetonas (carvona, mento- na, pulegona, fenchona, cânfora, tujona, verbenona etc.); ésteres (acetato de bomilo, acetato de linalilo, acetato de citronelilo, ge- ranilo acetato etc.); óxidos (1,8-ci- neol, óxido de bisabolona, óxido de linalol, esclareol óxido etc.); lacto- nas (bergapteno, nepetalactona, psoraleno, aesculatina, citropteno etc.); e éteres (1,8-cineol, anetol, elemicina, miristicina etc.). Os óleos essenciais são meta- bólitos secundários, importantes para o mecanismo de defesa das plantas; possuem várias proprieda- des medicinais, incluindo atividade antimicrobiana, a qual foi observada pela primeira vez em 1881. Desde então, vários estudos relataram que os óleos essenciais e seus fitocons- ÓLEOS ESSENCIAIS                                                             39 ADITIVOS | INGREDIENTES 


































































































   37   38   39   40   41