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Automação e biotecnologia sintética podem ser o futuro na fabricação de alimentos

Tecnologias revolucionárias, como a biotecnologia sintética, que combina princípios de engenharia com biologia em processos de produção natural, assim como mais automação, podem revolucionar a fabricação de alimentos em vários setores nos próximos anos.

As previsões fazem parte do estudo do Centro de Pesquisa Técnica VTT da Finlândia sobre o futuro da fabricação industrial sustentável, no qual também prevê pegadas ambientais minimizadas para fábricas e cadeias de valor mais circulares.

No entanto, uma série de fatores determinantes significará grandes mudanças para o setor de manufatura na próxima década e além.

Essas mudanças em andamento incluem uma transição crescente para a neutralidade climática entre as sociedades, com o objetivo de reduzir as emissões líquidas de efeito estufa em pelo menos 55% até 2030, e um foco crescente na redução de resíduos por meio de cadeias de produção circulares, que reutilizam ingredientes e equipamentos o maior tempo possível.

A Covid-19 também destacou “resiliência insuficiente” entre redes de valor críticas, que, em conjunto com a crescente escassez de pessoal, significam que a automação das cadeias de fabricação europeias se tornou uma prioridade.

Juntos, os fatores determinantes levarão a uma transição clara para uma indústria mais sustentável e resiliente. Isso inclui a mudança contínua para o uso de materiais reciclados e energia verde, além de focar na produção eficiente de recursos, orientada pela demanda e cadeias de valor circulares.

As estratégias circulares se esforçarão para usar menos materiais primários, escassos ou prejudiciais, o que exigirá grandes mudanças nos processos de fabricação mais antigos. Mas a diversidade de materiais circulares ou de base biológica e componentes e produtos reciclados que entram nas linhas de produção é um grande desafio para a própria fabricação.

Segundo os autores do estudo, no longo prazo, tecnologias revolucionárias, como a biotecnologia sintética, que combina princípios de engenharia com biologia e utiliza processos naturais para fabricar materiais e produtos, podem revolucionar a produção de alimentos. Além disso, as indústrias sustentáveis e circulares estão se eletrificando e explorando novas soluções de energia verde que substituem as fontes de energia baseadas em fósseis.

Os desafios enfrentados pelos fabricantes de alimentos e outros setores para adotar estratégias circulares exigirão soluções digitais e autônomas ainda mais avançadas, observaram os autores do estudo, acrescentando que a robótica e a inteligência artificial (IA) desempenharão um papel fundamental.

O estudo destaca que com níveis mais altos de autonomia, a expertise em produção não depende mais de uma única pessoa. Sistemas inteligentes de aprendizagem suportam o compartilhamento de informações em toda a comunidade de trabalho. O conhecimento pode ser reunido, compartilhado e dimensionado entre unidades fabris, fábricas, redes de suprimentos e séries de produtos. Isso permite modificações e aumentos mais rápidos e econômicos para novos produtos e suas variações.

A adoção de processos de fabricação mais automatizados também resultará em processos de autocura e autoaprendizagem, mudando a forma como os trabalhadores industriais são utilizados e tornando as habilidades digitais o núcleo, no lugar das linhas de produção tradicionais.

Os autores enfatizam que essa transição para uma fabricação mais sustentável não será fácil e requer algumas etapas práticas e ousadas de cada parte interessada no sistema de fabricação.

Resumidamente, seis etapas principais levam a um compartilhamento mais aberto entre as partes interessadas da fabricação: adoção de visões e metas compartilhadas entre fabricantes; aumento da transparência e precisão dos dados em todo o setor; redesenho de processos de fabricação e ciclos de vida, adotando processos mais autônomos e tendo uma visão “end-to-end” dos processos; redesenho de produtos e processos de produção para serem mais autônomos; desenvolvimento e investimento em capacidades-chave para uma transição sustentável; e, para “ir além”, criação de novos produtos e serviços que não são possíveis com métodos e modelos de negócios mais tradicionais.

Fonte: Ingredients Network




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