Page 9 - Aditivos | Ingredientes - Ed.169
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Os princípios e etapas básicas são: conhecer, medir e diagnosticar, pois sem dados não há planejamento e sem planejamento não há garantia de resul- tados; não tomar medidas isoladas ou pontuais sem avaliação do todo; identi- ficar as melhores oportunidades, basea- das na correlação de custo/resultado e fazer primeiro as mais rentáveis, o que irá gerar um fluxo de caixa positivo para o projeto, tornando-o até mesmo autossustentável financeiramente; es- tabelecer metas claras com indicadores reais e mensuráveis, a simples redução do valor da conta de energia NÃO signi- fica necessariamente que a eficiência foi aumentada, tem que produzir mais por menos; implementar as melhores soluções para cada problema, nenhum fornecedor por maior que seja, tem a melhor solução para tudo, buscar a que atenda aos requisitos de confia- bilidade, facilidade de implantação e relação custo/benefício; estabelecer procedimentos de acompanhamento e auditoria das metas estabelecidas para monitorar o projeto e, se neces- sário, tomar medidas de adequação e corretivas; e por fim, a eficiência é um processo contínuo e que precisa fazer parte do planejamento estratégico e do dia a dia da empresa. Como a eficiência energética pode ser aplicada na indústria de alimentos e bebidas? Qual a sua abrangência? A energia deve ser vista como um custo e insumo tangível e mensurável, que deve ser administrado e gerencia- do. A energia, muitas vezes, somente se “materializa” no dia a dia da empresa quando a conta chega. Nesse momento, a energia já foi gasta e somente resta pagar a conta. Ela é tão importante e indispensável quanto qualquer insumo primário. Aqui fica uma pergunta. Quantos Watts por tonelada são uti- lizados na produção de cada um dos seus produtos? Não uma média, mas na fórmula e nos custos de produção, quanto de energia é necessária? Quanto deve ser incluído como custo direto do produto? A apropriação pela “mé- dia” pode gerar distorções de custos, levando um produto a se posicionar fora da adequada faixa de preços. As margens de lucro e rentabilidade do passado conseguiam absorver estas inadequações; hoje, com margens cada vez mais apertadas, literalmente cada centavo conta. A abrangência é total, seja como custo ou despesa. Vai desde a energia utilizada pela área administrativa e de apoio, até os custos diretos de cada máquina/equipamento na produção. Mesmo a área contábil/fiscal tem inte- resse na correta separação da energia utilizada efetivamente na produção para a recuperação de créditos de impostos. Fica claro que a eficiência ener- gética é uma ação multidisciplinar que envolve toda a empresa. E tem por objetivo final disponibilizar mais recursos líquidos no caixa da empresa, lembrando que não existem impostos sobre economia obtida, desta forma 1 real economizado vale muito mais do que 1 real faturado. Outro aspecto importante é a migração e contratação de energia no Mercado Livre. Não basta comprar energia mais barata, tem que comprar a quantidade certa, e isso nem sempre é simples de determinar, é algo que deve ser gerenciado continuamente, levando em conta as sazonalidades e projeções de variação de volume e tipo de produção. Um grande exemplo são as Centrais de água gelada mistas, com chillers elétricos e a gás (absorção). Com as variáveis do preço do kWh, horário de ponta, custo do gás natural, tempo de “startup”, em que momento devemos usar cada uma das tecnologias? O setor de alimentos e bebidas é um dos que apresenta maior demanda por eletricidade e o que gera maior custo para as empresas. Quais as ações e soluções que podem estimular o uso racional e eficiente de energia elétrica? Primeiro, é importante deixar claro que é um processo “longo” que a em- presa tem que atravessar. Os melhores resultados são obtidos, no mínimo, com um planejamento anual, sendo ideal um horizonte para os macro objetivos de até cinco anos. A criação de indicadores claros, reais e mensuráveis de eficiência é o caminho do sucesso. Esses indicadores devem buscar sempre a “monetização” da ação pretendida e estarem focados em custos de operação e propriedade. Vão desde pequenas ações até gran- des medidas. Reforçando que o que pesa mais para a empresa são seus custos recorrentes e não o investi- mento pontual na compra de um novo equipamento! ENTREVISTA “Em um mercado cada vez mais competitivo e com margens cada vez mais apertadas, investir em soluções de eficiência energética é indispensável para a continuidade do negócio a longo prazo. O acompanhamento do uso eficiente de energia leva, inevitavelmente, a uma melhora da performance global da empresa”. 9 ADITIVOS | INGREDIENTES