Page 40 - Aditivos | Ingredientes - Ed. 160
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INGREDIENTES SAÚDAVEIS produzidos pela natureza, que não tenham sofrido interferência pelo trabalho humano. Segundo tal dire- triz, é enganoso usar o termo para descrever alimentos ou ingredientes que empregam produtos químicos para alterar sua composição ou pro- dutos de novas tecnologias, incluin- do aditivos e aromas, considerados como produtos da indústria química ou extraídos por processos químicos. Nos Estados Unidos, a FDA há muito tempo recusou pedidos para definir o termo natural, explicando que do ponto de vista da ciência dos alimentos, é difícil definir um produto alimentício que é natural, porque o alimento provavelmente foi manuseado/processado e não é mais o produto da terra. Contudo, a agência não se opõe ao uso do termo se o alimento não contiver a adição de corantes, sabores artificiais ou substâncias sintéticas. Apesar do enorme interesse do consumidor pelos alimentos natu- rais, o que na verdade constitui um ingrediente alimentício natural vem sendo debatido há muito tempo. Exceto por algumas tentativas da Comissão do Codex Alimentarius no final da década de 1990, não houve requisitos acordados internacional- mente em termos de ingredientes e processos alimentícios naturais. Até 2017, não havia uma defi- nição internacionalmente aceita de ingrediente alimentício natural, mas uma nova especificação técnica da ISO - ISO/TS 19657: 2017 sobre definições e critérios técnicos para os ingredientes alimentícios serem considerados naturais, foi instituída para ajudar os profissionais do setor de alimentos e bebidas a falarem a mesma língua. O objetivo do documento de- senvolvido pela ISO é fornecer os critérios necessários para que os ingredientes alimentícios sejam considerados naturais, aos quais a indústria de alimentos e bebidas e as autoridades públicas possam se referir universalmente. A ISO/ TS 19657, portanto, propõe crité- rios para comunicações business- to-business sobre ingredientes ali- mentícios que são considerados naturais, ajudando a nivelar o campo de atuação e garantir práticas justas em todos os relacionamentos de negócios na indústria de alimentos e bebidas; o documento não se aplica à comunicação do produto com os consumidores, como os rótulos de embalagens. A ISO/TS 19657 atende as ne- cessidades de todas as empresas de alimentos e bebidas e de fabrican- tes de ingredientes alimentícios, independentemente do seu porte e complexidade. Mas por que o termo natural é tão difícil de definir? Há dois as- pectos que precisam ser observados para que um alimento ou um ingre- diente alimentício seja considerado natural ou não: a fonte do alimento e os processos usados para a fabrica- ção do produto. No que diz respeito a origem dos produtos naturais, a questão mais discutida é se os produtos alimentícios que contêm ingredientes produzidos com semen- tes de engenharia biológica podem ser considerados naturais. Embora algumas par- tes interessadas não possam ima- ginar que os alimentos contendo OGMs (alimentos geneticamente modificados) são considerados na- turais, outros explicam que se os OGMs estivessem fora do escopo da definição de natural não haveria diferença entre natural e orgânico; aliás há uma descrição definida pela legislação que proíbe o uso de alimentos de bioengenharia nesses produtos. Os termos natural e orgânico são confusos. A rotulagem natural é simples, mas vaga. A rotula- gem orgânica é mais complexa. Entretanto, um alimento pode ser ambos, ou seja, natural e orgânico, contudo, um alimento natural não é necessariamente orgânico e vice- versa. Existem, no entanto, definições específicas para cada termo, de acordo com o Departamento de Agri- cultura dos Estados Unidos (USDA). Para um produto ser rotulado como natural não deve conter ingredientes artificiais ou corantes adicionais e deve ser processado apenas minima- mente. O processamento mínimo é definido como um produto alimentí- cio que foi processado de uma forma que não altere fundamentalmente o produto. Além disso, um produto alimentício natural também deve ser rotulado com uma declaração explicando o significado do termo natural, ou seja, "sem adição de co- rantes", "sem ingredientes artificiais" ou "minimamente processado". No entanto, uma vez que essa definição é discutivelmente vaga e não trata do processamento de alimentos ou dos métodos de manufatura, levanta a questão se esse termo é apropriado em um alimento ou se abre espaço para interpretações e, consequen- temente, interpretações errôneas. A definição de natural tende a ser muito mais ampla do que a orgânica, especialmente com relação a frase minimamente processado. Já a definição de orgânico é mais rigorosa. Para um alimento ser rotulado como orgânico deve ser produzido por meio de métodos aprovados. De acordo com o USDA, 40 ADITIVOS | INGREDIENTES