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e está frequentemente relacionada à salubridade, frescor e alimentos orgânicos ou produzidos localmente. É importante ressaltar que a naturalidade é difícil de ser quantifi- cada ou medida. Além disso, o termo não é claramente definido ou regula- mentado e está, portanto, aberto a uma ampla variedade de associações e interpretações individuais. Da mesma forma, o conceito de natu- ralidade com relação ao alimento é geralmente vago, obscuro e, às vezes, até enganoso para os consumidores. Apesar das dificuldades em se de- finir cientificamente a naturalidade, os consumidores parecem não ter problemas em avaliar intuitivamente a naturalidade dos alimentos, o que leva a implicações práticas, ou seja, a importância da naturalidade para os consumidores tem importantes implicações para a indústria de alimentos e pode ter consequências não apenas para o desenvolvimento e comercialização de alimentos, mas também para o desenvolvimento de tecnologias alimentícias inovadoras. Geralmente, os consumidores possuem interesses conflitantes quando se trata de alimentação: querem economizar tempo no pre- paro e, por isso, compram alimentos de conveniência, mas, ao mesmo tempo, gostam de alimentos não processados e naturais. Esse conflito de interesses pode representar uma oportunidade para a indústria de ali- mentos. Processos de produção, in- gredientes, embalagens e marketing precisam ser combinados de forma que os consumidores percebam os produtos como alimentos naturais que tenham semelhanças com os tradicionais. E, nesse campo, as novas tecnologias alimentícias ofere- cem possibilidades completamente novas. Um exemplo é a tecnologia de impressão 3D para fabricação de alimentos, que permite o desenvol- vimento de projetos personalizados de alimentos e de nutrição. Outra inovação alimentícia que está sen- do estudada atualmente é a carne cultivada, substituindo a produção de carne de gado pelo seu cultivo in vitro. Nestes dois exemplos em que os alimentos são produzidos de maneiras completamente novas, o desafio para a aceitação do consu- midor dessas tecnologias pode ser a falta de naturalidade, ou seja, po- dem ser percebidos como artificiais devido aos processos de fabricação utilizados. Portanto, é importante que as tecnologias inovadoras sejam concebidas de forma que os produtos alimentícios sejam percebidos como naturais pelos consumidores. A importância da naturalidade já é mais do que uma tendência no mer- cado alimentício e negligenciar esse aspecto na indústria de alimentos pode se mostrar muito caro no final. do mundo possuem regras definidas em sua legislação para o uso e para o termo natural. A legislação da União Europeia, por exemplo, prevê a utilização do termo natural em dois casos distintos. As águas minerais naturais são definidas na Diretiva 2009/54/CE, sendo que o Regula- mento (CE) no. 1334/2008 esta- belece a condição para a utilização da designação natural para aromas. Para outros alimentos e bebidas não está claramente definido o que é e o que não é natural; no entanto, a legislação alimentar geral estipula que a rotulagem, a publicidade e a apresentação de alimentos não deve INGREDIENTES SAÚDAVEIS DEFININDO O TERMO NATURAL EM ALIMENTOS E BEBIDAS A definição do que é um produto alimentício natural tem sido objeto de discussão em todo o mundo há décadas. A tendência natural é, sem dúvida, uma das que mais crescem, no entanto, nem todos os alimentos passariam no teste de percepção de quais produtos ainda podem ser con- siderados naturais, assim como nem todos os alimentos se enquadram no escopo da interpretação dos legisla- dores do termo natural. Apenas alguns países ao redor induzir os consumidores ao erro. Alguns Estados-Membros da União Europeia, incluindo o Reino Unido, emitiram orientações para a utilização da alegação natural como forma de auxiliar os fabricantes a de- cidirem quando podem ser utilizadas e quando não devem ser utilizadas tais alegações. De acordo com a diretriz do Reino Unido, o termo na- tural significa essencialmente que o produto é composto por ingredientes naturais, por exemplo, ingredientes 39 ADITIVOS | INGREDIENTES