Page 47 - Aditivos & Ingredientes Ed. 122
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tanto para os produtores, como para os varejistas, o que leva a entrada de novos concorrentes. Esta situação prevê que este é um mercado de lucros “passageiros”, pois com a maior oferta, provavelmente estas margens diminui- rão e estes produtos deverão se tornar mais acessíveis. Mas, os orgânicos ainda têm uma baixa demanda quando comparados com os alimentos conven- cionais fazendo deles não competitivos o suficiente no mercado.QUALIDADE CERTIFICADAA certificação dos alimentos or- gânicos é uma forma de assegurar ao consumidor que o produto foi produzido dentro de um processo orgânico, sem a utilização de agro- tóxicos, respeitando o ambiente e o homem, etc.A certificação é um processo de inspeção das propriedades agrícolas, realizado com uma periodicidade que varia de dois a seis meses, para verificar se o alimento orgânico está sendo culti- vado e processado de acordo com as normas de produção orgânicas. O foco da inspeção não é o produto, mas a terra e o processo de produção. Assim, uma vez credenciada, a propriedade pode gerar vários produtos certificados, que irão receber um selo de qualidade.O crescimento da demanda, criando preços diferenciados para os produtos, e o aumento do mercado, criando a impessoalidade nas relações entre produtor e con- sumidor, exigiram novos mecanismos de garantia de qualidade. Esta é asse- gurada pela existência de um Selo Oficial de Garantia fornecido pelas associações de agricultura orgânica e de um sistema de certificação de agricultores e firmas, acompanhado de assessoramento técnico e con- trole fiscalizador, envolvendo todos os atores - produtor, industrial ecomerciante.Embora a certificação para os pro-dutos orgânicos do Brasil tenha surgido tardiamente, esse processo tende cada vez mais a ser estendido para todo o setor agrícola, tendo em vista as cres- centes medidas por parte dos pa- íses importadores. A primeira obra dedicada exclusivamente à produção de orgânicos foi elaborada em 1999, com o enrijecimento das legislações sobre sanidade, como a Lei do Bioterrorismo norte-americana.No Brasil, a Instrução Normativa no 007/99 apresenta normas discipli- nadoras para a produção, tipificação, processamento, envase, distribuição, identificação e certificação da qualidade de produtos orgânicos, sejam de origem animal ou vegetal.O processo de certificação podevariar de 1 a 4 anos, dependendo do sistema de produção e do mercado consumidor. Para a exportação os produtos devem estar coerentes com a legislação do país de destino, pois os aspectos que caracterizam o produto como orgânico não são iguais para todos os países.As instituições certificadoras de- finem o processo de certificação de acordo com as características da região em que atuam, podendo ser agregados requerimentos específicos sempre que considerem as exigências legais.O produto orgânico, ao trazer este nome na embalagem juntamen- te com o selo de uma Instituição Certificadora, mostra ao consumidor muito mais que um alimento isento de substâncias nocivas à saúde, mas de quem se adquire aquele produto. Ao ser gerado dentro de um sistema produtivo que preservou o ambiente natural, o produto orgânico contribui para a melhor qualidade de vida não de um consumidor isolado, mas de toda a sociedade.No Brasil, a rotulagem ambiental pode ser feita por vários órgãos e as- sociações reconhecidos, como as ONGs (Organizações Não Governamentais) e a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).Através das instituições certificado- ras se verifica a qualidade e a origem de cada produto.ORGÂNICOS47ADITIVOS & INGREDIENTES

