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Microalgas: O alimento do futuro

Com a crescente população mundial preocupada com hábitos alimentares, a busca por mais qualidade de vida e a necessidade de aumentar a produção de proteína animal vêm se destacando nos últimos anos e, principalmente em 2020, em virtude da pandemia. Sendo assim, as microalgas, consideradas como o “alimento do futuro”, vêm conquistando espaço como um alimento funcional e super saudável, além de possuir uma cadeia produtiva altamente sustentável.

A prospecção e busca por novas espécies e compostos presentes nesses microrganismos é crescente e vem se diversificando com a inserção de novas microalgas na utilização para consumo humano, por possuírem diversos compostos (carotenoides, polissacarídeos, ácidos graxos, peptídeos bioativos e pigmentos, entre outras) que aumentam o valor agregado dos alimentos e influenciam positivamente na saúde humana.

O termo microalgas engloba organismos eucarióticos (algas) e também procarióticos (cianobactérias), que é destinado aos microrganismos unicelulares e que realizam fotossíntese para completar o ciclo de vida. Estas vivem em meio aquático e até mesmo ambientes úmidos e se reproduzem muito rapidamente. Não são consideradas plantas, mas também dependem da fotossíntese para sobreviver, embora algumas possam se desenvolver por outras vias de crescimento, e se desenvolvem utilizando luz do sol e gás carbônico.

Ao longo da história, as algas vêm sendo usadas para várias finalidades, sendo a mais antiga a aplicação na alimentação humana e animal. Além disso, esses microrganismos também possuem importância biológica, ecológica e econômica.

A microalga (cianobactéria) spirulina tem sido utilizada na alimentação humana há mais de dois mil anos por povos do México, África e Ásia (especialmente da China) e, em 1974, foi considerada pelo Organização das Nações Unidas (ONU) como o “alimento do futuro”. A spirulina se destaca, principalmente, pelo seu elevado teor proteico, sendo esta composta principalmente por aminoácidos essenciais, além de outros pigmentos com potencial de inibir o desenvolvimento de células tumorais.

Contudo, as algas só ganharam destaque a partir da metade do XX, quando começaram as pesquisas sobre fontes proteicas para suprir a escassez de proteína animal. Assim, inúmeras novas espécies (como a alga verde Clorela ou Chlorella) de composições distintas de biomoléculas vêm sendo descobertas para possíveis aplicações que vão além da alimentação humana.

Apesar de tantas descobertas/estudos, as microalgas ainda não são difundidas como uma fonte comum de alimentação, sobretudo nos países subdesenvolvidos, mesmo com os benefícios que seu consumo pode trazer ao organismo.

Os benefícios das microalgas à saúde dependem da espécie consumida e das condições de cultivo as quais são submetidas, como temperatura, presença ou ausência de certos nutrientes, concentração de CO2, intensidade luminosa e fotoperíodo. Esses fatores podem estimular a biossíntese de compostos nutricionais de interesse, como carotenoides ou ácidos graxos.

Além da capacidade de sintetizar os compostos aqui já mencionados, as microalgas também possuem capacidade de produzir outros compostos únicos, chamados de metabólitos secundários. Esses metabólitos incluem um grupo diversificado de substâncias como hormônios e toxinas. Ademais, esses metabólitos apresentam várias atividades biotecnológicas, incluindo atividade anticancerígena, antioxidante, antibacteriana, antiviral e anti-inflamatória. Por isso, as microalgas são fontes de compostos com valiosas propriedades na saúde humana e que tem despertado interesse crescente pelos profissionais da saúde. Assim, o interesse por pesquisas para avaliar os componentes nutricionais e a atividade bioativa de compostos extraídos de microalgas para aplicação da indústria alimentícia é cada vez maior.

Algumas das microalgas mais biotecnologicamente relevantes são: Chlorella spp. (também conhecida como algas verdes ou Clorela); Arthrospira platensis (também conhecida como algas azuis, Spirulina ou cianobactéria); Haematococcus pluvialis; Dunaliella salina; e Isochrysis galbana.

As microalgas são comercializadas de várias formas, mas as principais, para a alimentação humana, são em comprimidos, cápsulas ou em pó.

Os comprimidos ou cápsulas são consumidos como suplemento alimentar após as refeições diárias. Já o pó (biomassa) das microalgas é acrescido aos ingredientes dos alimentos para agregar valor nutricional.

Além disso, podem ser encontradas em uma gama de produtos oriundos do pó dessas algas no mercado, em produtos como donuts, cookies, bolos, panquecas, sucos e smoothies, entre outros.

Portanto, o mercado desses superalimentos oriundos de microalgas é bastante promissor e vem evoluindo a cada ano. Esses alimentos fornecem proteína sustentável, natural e benéfica para a crescente população e, com certeza, para as gerações futuras.

Fonte: Blog da Engenharia




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