O crescimento sustentável do mercado de óleos e gorduras especiais contribuiu para o aumento do apetite da Agropalma para comercializar sua produção internamente. A empresa, braço do Conglomerado Alfa e maior produtora de óleo de palma RSPO da América Latina, inaugura no próximo dia 28 uma nova refinaria em Limeira, São Paulo, para ter num raio de 600 km cerca de 65 % dos principais consumidores desse insumo no País.
“O que parece um contrassenso no momento atual – intensificar as operações no mercado doméstico num cenário econômico frágil e de incertezas – é um arranjo que busca mitigar o risco cambial, as oscilações de mercado aqui e fora e as barreiras tarifárias e não tarifárias ao comércio”, diz Marcello Brito, diretor executivo da Agropalma. “O preço da commodity sofre influência de produtos substitutos, anomalias meteorológicas, choques positivos e negativos da oferta e demanda, entre outras interações que não temos influência. Com a nova planta, queremos intensificar nossos negócios localmente, desenvolvendo parcerias estratégicas de longo prazo, reduzindo esses riscos, alheios ao nosso próprio desempenho.”
No momento em que todos suspendem ou cortam investimentos no Brasil, a Agropalma amplia sua produção e sua linha de produtos, apostando que o mercado nacional voltará, em breve, ao seu vigor. No Brasil, a empresa já atende os principais consumidores de óleo e gorduras de palma na indústria de alimentos, oleoquímica, cosméticos e também do setor de food service. Na nova refinaria, outros óleos vegetais, como os de soja, girassol, algodão e canola farão parte das matérias primas que irão compor a linha de gorduras vegetais.
A refinaria de Limeira inaugura a primeira unidade de fracionamento de óleos láuricos do Brasil e a quarta unidade de fracionamento contínuo de palma no mundo, sendo a única do continente americano. “Queremos incrementar as vendas diretas com uma nova linha de produtos e de altíssima tecnologia”, realça Brito.
A planta demandou investimentos da ordem de R$ 260 milhões, com aporte de R$ 70 milhões do BNDES. O processo industrial prevê duas linhas de produção independentes, uma exclusiva para gorduras especiais.
A refinaria terá capacidade de produção de 144 mil tons/ano. Somado aos 110 mil tons/ano da unidade de Belém do Pará isso representa um aumento de 130 % na capacidade anual de refino da Agropalma.
Para o processamento em Limeira, o óleo de palma e palmiste virão das seis indústrias de extração de óleo bruto que a empresa mantém no Pará, 100% certificados segundo as normas de sustentabilidade do RSPO (Roundtable on Sustainable Palm Oil) e o POIG (Palm Oil Innovation Group).
A aposta da Agropalma no mercado brasileiro carrega ainda outro componente: ONGs ambientais e sociais promovem campanhas chamando a atenção para os impactos da devastação de florestas e outros biomas por todo o mundo, trazendo repercussão negativa para as empresas de alimentos e cosméticos consumidoras de óleo de palma sem certificação ou rastreabilidade controlada. “Hoje, apenas 12 % da produção mundial de óleo de palma são certificadas. No Brasil, esse percentual é de 25 %, o que corresponde à participação da Agropalma no mercado nacional”, afirma Brito. “Nós nos antecipamos a outras empresas que atuam internamente e acreditamos que o mercado consumidor brasileiro vai ampliar a exigência de certificações junto a seus fornecedores. Mais da metade do nosso fornecimento local já é de produtos certificados pelo RSPO, isso demonstra o potencial no horizonte de médio prazo.”
Atualmente, 100 % da produção da Agropalma são certificadas. Ainda em 2002, a empresa obteve a ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001, que atestam práticas voltadas à qualidade de produtos, proteção ao meio ambiente, saúde e segurança dos funcionários em todas as etapas do processo produtivo. Em março de 2011, a Agropalma obteve o RSPO, certificação que atesta que a produção é realizada de acordo com mais de 120 indicadores de sustentabilidade desenvolvidos de maneira conjunta por ONGs, bancos, produtores de óleo bruto, indústrias, entre outras entidades.
Afora as certificações, o compromisso público da empresa com a sustentabilidade também permeou as decisões de investimento da nova planta, que utiliza energia solar e água de reuso, comporta tanques para represamento da água da chuva e estabeleceu ações para recompor com espécies nativas toda a Área de Preservação Permanente (APP) da propriedade que margeia o Rio Piracicaba.
Em Limeira, a empresa irá gerar 240 empregos diretos e pelo menos outros 1.000 indiretamente, com vistas a um faturamento de R$ 700 milhões anuais.
Sobre a Agropalma A Agropalma, braço do Conglomerado Alfa, é a maior produtora de óleo de palma da América Latina e sua atuação perfaz toda a cadeia produtiva, da produção de mudas ao óleo refinado e gorduras especiais. Sua trajetória começou em 1982, no município de Tailândia, no Pará. Naquele estado, a empresa conta com seis indústrias de extração de óleo bruto, um terminal de exportação e uma refinaria de óleo de palma e emprega cerca de 4.000 mil colaboradores. Para aproximar-se do mercado de consumo interno, a Agropalma inaugura, em julho de 2016, uma refinaria de produção sustentável, em Limeira, São Paulo. O compromisso da empresa com o meio-ambiente é um de seus valores, o que na prática é representado por certificações ambientais, abrangendo insumos, matérias-primas e 100 % de sua produção.