A Darling Ingredients anunciou a criação da Nextida, uma nova empresa focada em ingredientes à base de colágeno, em parceria com o grupo belga Tessenderlo. A joint venture nasce com uma projeção de receita anual de US$ 1,5 bilhão e reflete o forte crescimento da demanda por produtos com apelo à saúde e ao bem-estar. A Darling terá participação majoritária de 85% no negócio, cuja conclusão está prevista para 2026, ainda sujeita à aprovação regulatória.

A estratégia da companhia norte-americana é consolidar a liderança em um segmento emergente: o de ingredientes funcionais que aproximam cada vez mais os universos da alimentação e da saúde — tendência conhecida como food as medicine. A Nextida unirá as operações de colágeno e gelatina de ambas as empresas, ampliando a capacidade produtiva para cerca de 200 mil toneladas anuais, distribuídas em 23 unidades industriais na América do Norte, América do Sul, Europa e Ásia.

Colágeno ganha força como ingrediente multifuncional

Tradicionalmente associado ao setor de beleza, o colágeno ganhou notoriedade por seus potenciais benefícios à saúde, como redução de sinais de envelhecimento, ganho de massa muscular e suporte à saúde articular. No entanto, a nova geração de aplicações vai além dos cosméticos e suplementos, alcançando categorias alimentares como barras proteicas, bebidas funcionais e produtos esportivos.

Um dos lançamentos mais promissores é o Nextida GC, ingrediente com potencial para atuar no controle de glicose pós-refeição. A proposta é estimular a produção natural de GLP-1 — hormônio ligado à saciedade e à regulação do apetite, e que também é o princípio ativo de medicamentos como Ozempic e Wegovy, usados para perda de peso.

Expansão com foco em valor e inovação

De acordo com a empresa, a unidade de colágeno foi a área de crescimento mais acelerado do portfólio de alimentos da Darling nos últimos anos, o que motivou a reorganização estratégica. A parceria com a Tessenderlo também visa destravar valor para os acionistas, dado que os executivos consideram que o segmento de alimentos da empresa está subvalorizado frente ao seu potencial de mercado.