Reciclar alimentos é uma estratégia eficaz para aproveitar produtos que, de outra forma, seriam descartados, combatendo o crescente problema do desperdício alimentar, um desafio significativo global que afeta mais de um terço dos alimentos produzidos. A reciclagem de uma ampla gama de alimentos visa transformar itens indesejados em refeições consumíveis, modificando a relação entre alimentos desperdiçados e não desperdiçados.

Contudo, surge o desafio da aceitação pelos consumidores, ou a falta dela. De acordo com um estudo recente que analisou 37 pesquisas em diversos continentes, apenas alguns demonstram interesse em consumir alimentos reciclados.

O estudo global incluiu uma variedade de alimentos reciclados, como subprodutos de frutas, vegetais, azeitonas, grãos, carne e até mesmo subprodutos da vinificação. Foi observado que a neofobia, ou o medo do novo, é um dos motivos na relutância dos consumidores em aceitar alimentos reciclados, algo semelhante ao observado em mercados como o de proteínas de insetos.

No entanto, a conscientização sobre o desperdício de alimentos e preocupações ambientais foram correlacionadas positivamente com a aceitação dos alimentos reciclados. Consumidores conscientes dessas questões mostraram maior propensão a adquirir produtos reciclados.

A demografia também influencia a aceitação, com estudos destacando diferenças geracionais. Os baby boomers mostraram maior disposição para experimentar alimentos reciclados, enquanto a Geração X foi a menos inclinada.

Os fatores socioeconômicos, como educação, renda e país de origem, foram considerados, mas os resultados se mostraram variados e, em alguns casos, contraditórios. O conhecimento geral sobre alimentos reciclados permaneceu baixo em muitas regiões, destacando a necessidade de aumentar a conscientização para promover a aceitação desses produtos.