Page 45 - Aditivos | ingredientes - Ed. 167
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mentos realizados para fabricá-los. Como os itens sem glúten não são tipicamente fortificados ou en- riquecidos da maneira como muitos produtos comuns, geralmente, apresentam menos folato, ferro, niacina, tiamina e riboflavina. A ingestão inadequada de ferro, ácido fólico, cálcio, selênio, magné- sio, zinco, niacina, tiamina e vitami- na A e D tem sido demonstrada em indivíduos que consomem dietas sem glúten. Estudos clínicos rela- taram alto nível de homocisteína em pacientes com doença celíaca após um período de 10 anos de dieta sem glúten, embora a mucosa tenha melhorado, demonstrando deficiência de ácido fólico, vitami- na B6 e vitamina B12. Os estudos também relataram que a síndrome metabólica pode se desenvolver em períodos tão curtos quanto um ano após uma dieta sem glúten em pa- cientes adultos com doença celíaca. A dieta sem glúten sempre foi cercada por controvérsias na comunidade científica. Excluir o glúten da dieta é benéfico para as pessoas que sofrem de doença celíaca, mas, segundo a comunidade científica, para a maio- ria das pessoas, não traz nenhum benefício prático. Os alimen- tos livres de glúten são feitos com grãos refinados e, por isso, só possuem o endosperma, sendo, consequentemente, menos nutritivos. Por outro lado, os adeptos da dieta sem glúten focam o seu be- nefício na eliminação de eventuais desconfortos abdominais provoca- dos pela substância e, na verdade, algumas pesquisas comprovam que o nível de inflamação do organismo se eleva por reação ao glúten e à lactose, aumentando a predisposi- ção à manifestação de problemas cardiovasculares e de doenças autoi- munes, entre elas o diabetes tipo 1. Nesse impasse, a ciência con- corda que o glúten não é uma subs- tância completamente inofensiva e que não pode ser con- sumido por porta- dores de doença celíaca. Nesses indivíduos, a ingestão do composto ocasiona uma reação autoimune que, com o tempo, produz danos na mucosa do intestino delgado, causa má absorção de nutrientes e pode levar a uma grande variedade de sintomas, como diarreia, distensão abdominal e perda de peso. Outra grande controvérsia no meio científico é em relação a sen- sibilidade ao glúten. Um estudo da Monash University, de Melbourne, na Austrália, revelou que a sensibi- lidade existe, mas não é tão comum e que, na verdade, o responsável pelos sintomas desconfortáveis não é o glúten, mas um tipo específico de carboidrato conhecido como FODMAPs (conjunto de alimentos fermentáveis que são mal absorvidos pelo organismo e que podem causar desconforto intestinal). Segundo o estudo, pessoas sem doença celíaca, mas com desconforto abdominal, podem se beneficiar com a redu- ção do consumo de alimentos com trigo, mas isso está sendo atribuído incorretamente ao glúten. Os es- tudos realizados não identificaram qualquer evidência de que o glúten PRODUTOS SEM GLÚTEN 45 ADITIVOS | INGREDIENTES