Page 69 - Aditivos | Ingredientes Ed. 157
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de triglicerídeos musculares; ou de proteínas plasmáticas circulantes. O treinamento aeróbio de resis- tência de intensidade moderada a alta é o mais adequado quando se trata de iniciar o metabolismo dos lipídios. Das três vias de acesso aos ácidos graxos disponíveis no orga- nismo, os triglicérides presentes no tecido adiposo e muscular são os que adquirem maior importância como fontes de energia durante o treinamento físico. Estruturalmente, dependendo do número de ligações duplas con- tidas na cadeia, os ácidos graxos são divididos em ácidos graxos saturados (AGS), monoinsaturados (AGM) e poliinsaturados (AGP). Em uma dieta balanceada, as pro- porções de cada tipo são <10% de ácidos graxos saturados, 3% a 8% de ácidos graxos monoinsaturados e 15% a 20% de ácidos graxos po- liinsaturados, do total de energia diariamente. Os ácidos graxos poliinsatu- rados, como por exemplo, ômega 3 e 6, são muito importantes em termos de desempenho esportivo, uma vez que desempenham papel relevante na membrana celular. Seu efeito é tão importante, que resulta na melhora da absorção de oxigênio e nutrientes no músculo esquelé- tico, reduz a inflamação causada pela fadiga muscular e estimula o metabolismo aeróbico. Por outro lado, embora o consumo de áci- dos graxos saturados não deva exceder 7% a 10% do total de calorias na dieta, sua ausência ou presença mínima pode ter re- percussões hormonais, diminuin- do a produção de testosterona, um hormônio anabólico por excelência. Por esse motivo, pode-se dizer que a quantidade total de gordura na dieta do atleta é tão importante quanto a proporção de cada tipo de gordura na referida dieta. A ingestão de lipídios deve ser sempre moderada, entre 20% e 35% da ingestão calórica total, tanto em atletas quanto em não atletas, já que um exces- so pode comprometer a saúde, cau- sando obesidade, hipercolesterole- mia ou doenças arterioscleróticas, entre muitas outras complicações. Mais especificamente, as necessida- des de lipídios nos diferentes níveis esportivos são de 25% a 30% para não atletas; 30% para atletas de não resistência; e 18% para atletas de resistência. Em resumo, pode-se considerar que a principal estratégia ao esta- belecer uma distribuição adequada dos diferentes macronutrientes da dieta é cobrir as necessidades cor- porais de carboidratos e proteínas, deixando os lipídios para completar a porcentagem calórica restante. As vitaminas e sais minerais compõem o grupo de micronutrien- tes, uma vez que são necessários em pequenas quantidades, em compa- ração com os macronutrientes (car- boidratos, lipídios e proteínas), que são as principais fontes de energia no organismo. Mesmo assim, são indispensáveis para o bom funciona- mento do corpo humano, pois são imprescindíveis para os processos bioquímico e metabólico. Para o atleta, os micronutrien- tes de maior importância são as vitaminas do complexo B, neces- sárias em maior extensão quanto maior o metabolismo aeróbico; e as substâncias antioxidantes, como vitaminas C e E, polifenóis, etc., que protegem do estresse oxidativo pelo maior consumo de oxigênio durante o exercício; além dos minerais, como ferro, essencial para cobrir perdas hemolíticas, ou minerais antioxidantes, como o selênio e o zinco. O consumo de frutas (alimentos com resíduos alcalinos) é de gran- de importância para a eliminação do ácido láctico produzido pela fermentação muscular derivada do esforço excessivo. Assim como a ingestão de cálcio (principal componente dos ossos) e vitamina D (ajuda na fixação), favorecem a manutenção óssea, vital para evitar fraturas e lesões associadas. SUPLEMENTAÇÃO ESPORTIVA Os suplementos nutricionais são classificados em aminoácidos, compensadores, repositores, ener- géticos e proteicos. No grupo dos aminoácidos, todas as formas isoladas (partes de proteínas) estão excluídas da classificação de suplementação ali- mentar, sendo que apenas os BCAAs (aminoácidos de cadeia ramificada) ALIMENTAÇÃO ESPORTIVA 69 ADITIVOS | INGREDIENTES