Visando o consumidor sustentável na América Latina
Os consumidores latino-americanos são os mais preocupados com as mudanças climáticas e expressam o maior interesse em gerar mudanças positivas no meio ambiente, de acordo com a pesquisa Euromonitor Lifestyles de 2021, que questionou pessoas de todo o mundo.
Além disso, existem atualmente 80 políticas na região da América Latina que proíbem plásticos de uso único ou promovem uma economia circular, de acordo com um relatório recente do centro de estudos latino-americano Chatham House, com sede em Londres. Isso inclui uma lei de embalagens no Uruguai, uma iniciativa de zero resíduos no Panamá, um programa de descarbonização na Costa Rica e o Acordo de Produção Limpa no Chile.
No entanto, os consumidores da região também são altamente sensíveis aos preços e isso pode ser uma barreira para a aceitação de produtos que são produzidos de forma sustentável e, portanto, têm um preço premium. De acordo com analistas da Euromonitor, o preço continua sendo um dos maiores desafios para a produção sustentável na região. Produtos que possuem um atributo sustentável (muitas vezes o resultado de um redesenho no processo de produção ou na embalagem, ou certificações externas como neutralidade de carbono ou produção orgânica) carregam um custo adicional que normalmente é repassado ao consumidor. Isso imediatamente limita ou restringe produtos sustentáveis de alcançar o consumo de massa em uma região cujos de consumidores são muito sensíveis ao preço.
A categoria à base de plantas também tem um bom potencial para encontrar seu lugar no mercado latino-americano, desde que as marcas forneçam informações mais transparentes sobre ingredientes e sustentabilidade.
As marcas também podem aproveitar ingredientes tradicionais e nativos para atrair os consumidores. No Chile, por exemplo, a alga cochayuyo (Durvillaea antárctica) é um alimento tradicional, com fama de ser saudável e barato, e pode ser encontrado para consumo em sua forma desidratada.