Um levantamento do Radar Scanntech mostra que as vendas em valor no varejo alimentar apresentaram crescimento de apenas 2,6% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2021. A queda em unidades vendidas segue em linha com o fechamento de 2021 (-6,8%). O crescimento no período foi puxado pelo aumento de preços em todos os canais, apresentando queda de valor real, quando excluído o impacto da inflação. Ou seja, o consumidor brasileiro pagou mais e levou menos produtos para casa.
De acordo com o gerente da Scanntech responsável pelo Radar, Tiago Vavassori, chama a atenção o menor crescimento do Estado de São Paulo (+1%) seguido dos outros estados do Sudeste (+2,2%) quando comparados com os outros Estados. “Cruzando esse resultado com os estudos macroeconômicos, isso faz muito sentido, uma vez que as grandes áreas metropolitanas são as que mais sofreram em termos de poder aquisitivo, já que são mais dependentes do setor de serviços, que foi o setor mais impactado pela pandemia, e o Sudeste é a região com maior concentração de regiões metropolitanas”, avaliou.
A representatividade das cestas que contribuem para a queda das vendas em valor é um ponto a ser destacado. “As categorias de cervejas e produtos da desta básica (arroz, leite UHT e feijão), são quase a totalidade da contribuição de queda das 20 principais categorias, representando 75,5%, o que nos leva a entender que o país tem duas dinâmicas: as pessoas com maior poder aquisitivo estão voltando a consumir bebidas alcoólicas fora de casa, retraindo essa cesta no canal alimentar, enquanto observamos redução no consumo dos itens básicos para a alimentação do dia a dia, puxada pelas classes sociais mais baixas que estão consumindo menos”, explicou.
O segmento de perecíveis foi o que registrou melhor desempenho, com crescimento de 9,1%, impulsionado pelas categorias de açougue-aves, ovos, pães de forma e margarina. A cesta de bebidas tem a maior queda nas vendas em valor (-7,9%) e unidades (-13,2%).
De acordo com o Radar Scanntech, o canal supermercado apresenta desempenho ligeiramente melhor e se destaca com o crescimento de 4%, acima dos demais canais nas vendas em valor, enquanto o atacarejo regional revela o menor crescimento dos últimos 13 meses, com apenas +2,2% de expansão no faturamento nominal.
Fonte: Food Innovation