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Pesquisa científica: como a brf está investindo milhões de reais no combate ao coronavírus

Escolas sem aulas. Comércio de portas baixadas. Aglomerações públicas proibidas pelo governo. Teatros e cinemas fechados. Tudo para tentar conter a disseminação de um vírus devastador e evitar que os lotados hospitais entrassem em colapso. Essa seria uma perfeita descrição do cenário atual com a pandemia do novo coronavírus – não fosse nossa intenção relatar, na verdade, o que aconteceu no Brasil de 1918, durante outra pandemia, a da gripe espanhola.

Para combater a doença, os médicos da época usaram uma técnica de imunidade chamada de “plasma convalescente”. Ela consistia em aplicar o plasma, a parte do sangue que contém os anticorpos, de pessoas que haviam se recuperado da gripe – e que, portanto, tinham imunidade – em doentes infectados pelo vírus. As mortes dos pacientes tratados com ela foram reduzidas pela metade.

Hoje, a mesma técnica – usada depois várias vezes com sucesso contra outras doenças como malária e ebola – surge como uma esperança de tratamento para a Covid-19.

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, que pesquisa a transfusão com plasma convalescente, foi uma das contempladas por um programa de doação da BRF, que compreende ainda outras quatro iniciativas científicas.

DOAÇÕES EM TRÊS FRENTES

Logo no início da pandemia, em março, a companhia anunciou a doação de R$ 50 milhões em diferentes frentes: alimentos, insumos médicos e apoio a fundos de pesquisa e desenvolvimento social. “A BRF já acompanhava desde o início da pandemia na Ásia tudo o que acontece em relação ao coronavírus”, afirma Barbara Azevedo, gerente de investimento social e responsável pelo Instituto BRF, que está à frente da ação.

Sabia que a BRF já doou mais de 3 milhões de refeições? Veja aqui as ações da empresa

O primeiro passo quando a pandemia foi decretada, diz Barbara, além das medidas dentro das operações, foi estabelecer um plano de apoio. “Pensando em que tipo de iniciativa faria sentido neste momento, foi tomada a decisão de que a Companhia faria o aporte de R$ 50 milhões em diferentes frentes para tentar contribuir com o combate à Covid-19.”

A destinação da doação seguiu algumas premissas, uma delas era atuar nas localidades do país em que a BRF está presente com unidades operacionais e logísticas. “Trabalhamos com três frentes. Uma era a doação de alimentos, contemplando a vocação da BRF”, conta Barbara.

Até agora, já foram doadas mais de 3 milhões de refeições para hospitais, organizações de assistência social e profissionais de saúde.

A segunda, diz a gerente, abarcou insumos médicos, uma necessidade de saúde pública – mais de 80 hospitais e órgãos de saúde já foram contemplados com testes e equipamentos de proteção individual, entre outros itens.

Por fim, a terceira frente mirou fundos de pesquisa. “É um olhar para o futuro, para soluções de médio e longo prazo para a crise”, afirma Barbara.

(Foto: Unsplash)

INICIATIVAS DE IMPACTO

Coube ao BrfHub, time de inovação aberta da BRF, elaborar uma metodologia para escolher quais institutos de pesquisa seriam os destinatários.

“Priorizamos instituições que irão compartilhar suas descobertas, centros de pesquisa renomados e tecnologias focadas tanto em prevenção quanto em cura”, afirma Stephanie Blum, gerente de inovação da empresa e responsável pelo BrfHub.

Além da pesquisa para o uso do sangue de pacientes imunizados da USP, o Hub selecionou outras iniciativas. Uma delas é da Fundação Oswaldo Cruz, que estuda quatro tipos de tratamentos para a doença provocada pelo novo coronavírus.

Braço brasileiro do ensaio clínico Solidarity, da Organização Mundial da Saúde, a pesquisa tenta descobrir um tratamento para a Covid-19 a partir de um medicamento ou de combinações de remédios que já existem e foram desenvolvidos para outros fins.

“O mais importante foi mensurar o impacto positivo que essas pesquisas podem trazer ao país”, afirma Stephanie.

Para os beneficiários, a verba da BRF deverá habilitar a conclusão de pesquisas e a compra de equipamentos, além de acelerar os estudos e testes que estão em andamento. “Dada a metodologia utilizada para a priorização dos projetos, acredito que todos eles são relevantes e promissores para a ciência”, afirma Luiza Zaide, analista de inovação do Hub.

Você conhece o trabalho do BrfHub? Descubra como o time inova no jeito de pensar em comida

“O Hub também ganha, na medida em que se conecta com a academia, pois aproxima a área de inovação da BRF com a inovação tecnológica de outras indústrias e mantém uma conexão com questões mais ‘sociais’, em linha com o propósito do Hub”, diz Stephanie. “Outra vantagem é a conexão da BRF com instituições de pesquisa renomadas, abrindo portas para futuras parcerias”, completa Luiza Zaide.

VISÃO SUSTENTÁVEL

Para Barbara Azevedo, investir em ciência sempre foi essencial, mas o momento de pandemia reforça essa necessidade. “É uma visão de sustentabilidade”, diz Barbara.

“Precisamos agir hoje e também pensar em atuação sistêmica, para construir algo de maneira a evitar que aquilo aconteça de novo nas mesmas proporções ou tentar encontrar uma solução definitiva.”

A inovação aberta, que proporciona conhecimento colaborativo, tem papel relevante em cenários como o atual. “Quando todo mundo trabalha junto, num ambiente cooperativo, não dependemos de apenas um salvador que virá para desenvolver uma tecnologia. A solução é descoberta em conjunto.” A gerente de inovação do BrfHub endossa o coro. “Esta ação reforça quanto a ciência brasileira é reconhecida mundialmente. E, claro, que é preciso investir mais em nossos cientistas”, diz.

Fonte: https://www.projetodraft.com/




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