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Lactose: importância na dieta e efeitos na saúde

A lactose é a principal fonte de carboidrato encontrada no leite e uma das principais fontes de energia durante o primeiro período de vida em mamíferos. Para obtenção das vantagens da lactose, o leite é primeiramente hidrolisado em glicose e galactose, que podem ser facilmente absorvidos pelo intestino. A lactose é um dissacarídeo composto por uma unidade de d- galactose, d- glicose ligada por meio de uma ligação β-1,4-glicosídica.

O leite é composto por proteínas, gorduras, vitaminas e minerais, lactose e outros oligossacarídeos importantes para o desenvolvimento de bactérias probióticas, principalmente bifidobactérias, no intestino do bebê, aumentando a proteção do trato gastrointestinal.

A intolerância à lactose é uma condição clínica, apresentando registro desde a era de Hipócrates (460 - 370 a.C.) e Galeno (129 - 200 d. C.), pois esses observaram que alguns indivíduos demonstravam sintomas clínicos de doenças gastrointestinais após o consumo de leite.

A intolerância alimentar é definida por uma resposta não imunológica, apresentando início logo após consumo de alimento ou uma dose normal tolerada, responsável pela maioria das reações alimentares, apresentando sintomas clássicos, como dor abdominal, diarreia, flatulência e náuseas. São sintomas comuns que ocorrem após a ingestão de sucos e laticínios devido aos efeitos osmóticos e aos processos de fermentação da microbiota em crianças intolerantes a carboidratos.

A intolerância à lactose pode fazer parte de uma intolerância alimentar mais ampla presente em pessoas com SII, que inclui os oligo-, di-, monossacarídeos e polióis fermentáveis (FODMAPs). Indivíduos com SII podem se beneficiar de uma restrição de lactose e baixa ingestão de FODMAP para melhorar o desconforto gastrointestinal. Dado que as causas desses sintomas diferem, devem ser abordados separadamente. Distúrbios não diagnosticados, como SII, também podem afetar os achados do estudo em que os sintomas gastrointestinais são um resultado.

A busca por produtos sem lactose é gerada pela tecnologia de tratamento de lactose, resultando em concentração de lactose abaixo de 0,1%, tolerada por indivíduos com intolerância lactose sem desenvolvimento de sintomas clínicos.

O autodiagnóstico de intolerância à lactose é um problema de saúde pública, que resulta no aumento da população evitando produtos lácteos. Os sintomas gastrointestinais inespecíficos associados à SII são suscetíveis ao efeito placebo; a demonstração confiável de intolerância à lactose requer uma metodologia de controle randomizado duplo-cego.

A restrição de laticínios por diagnóstico ou suspeita de intolerância à lactose também podem afetar a saúde e a nutrição das crianças quando os pais não fornecem esses produtos em suas dietas, mesmo na ausência de sintomas, potencialmente devido a crença de que a condição é hereditária.

A suspensão do consumo de leite e produtos lácteos pode resultar em deficiência de cálcio na dieta, secundária à osteoporose e fraturas associadas mais tarde na vida. O tratamento para reduzir a ingestão de lactose, mantendo a ingestão adequada de cálcio de produtos lácteos, consiste em uma dieta restrita em lactose com o uso de produtos lácteos sem lactose, hidrolisados de lactose e uso de suplementos de lactase. A lactase é uma enzima presente na borda do intestino delgado que hidrolisa a lactose em glicose e galactose, permitindo que o intestino absorva o carboidrato do leite.

O Instituto Nacional de Saúde (NIH) concluiu que a maioria dos deficientes em lactose tolera até 12 gramas de lactose por porção e que quantidades menores de lactose geralmente não causam sintomas de intolerância à lactose.

O consumo de produtos lácteos sem lactose está em ascensão, principalmente entre pessoas que buscam um estilo de vida "mais saudável" e em países com maior índice de prevalência de intolerância à lactose. O consumo de produtos sem lactose e com baixo teor de lactose também está aumentando em países com baixa prevalência de intolerância à lactose.

Muitos indivíduos com intolerância à lactose autodiagnosticada podem tentar evitar todos os produtos que contenham lactose. No entanto, a exclusão de todos os produtos lácteos da dieta pode levar a deficiências de nutrientes, como fósforo, cálcio, riboflavina, vitamina B12 e vitamina A.

Os produtos lácteos sem lactose oferecem esses nutrientes essenciais para pessoas intolerantes à lactose e possuem uma composição nutricional complexa de componentes biologicamente ativos. Seu o consumo está relacionado aos melhores resultados na saúde, como melhor controle de peso, menor risco de distúrbios cardiovasculares e distúrbios metabólicos.

Além disso, laticínios sem lactose e com baixo teor de lactose são adequados para crianças de 0 a 12 anos, pois os minerais e vitaminas presentes são importantes para o crescimento e desenvolvimento dessa faixa etária; os produtos fortificados também podem ajudar a garantir que a ingestão nutricional seja adequada.

A gravidade dos sintomas induzidos pela lactose depende da quantidade de lactose ingerida e mal absorvida. A restrição de alimentos lácteos contendo lactose é a principal estratégia de tratamento para esses sintomas, no entanto, isso pode levar a uma dieta abaixo da ingestão recomendada de cálcio.

Fonte: Milk Point




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