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Cargill: Augusto Lemos fala do desafio de inovar portfólio de marcas icônicas

Nascido sob o signo de touro, que simboliza uma grande força de trabalho, Augusto Lemos estabeleceu um novo ciclo na carreira de executivo da indústria em julho de 2018. Na data em questão, virou a mesa e passou a jogar um novo xadrez no mundo dos negócios, assumindo o posto de líder da Divisão de Consumo da Cargill para a América do Sul. Na bagagem, levou a expertise de mercado adquirida em 20 anos e dez meses de serviços prestados à Mondelez, onde chegou ao posto de general manager no Brasil e desenvolveu estreita parceria com o atacado distribuidor.

Ao assumir o desafio, Augusto Lemos passou a enxergar uma face do consumidor diferente, não apenas como potencial comprador de snacks, chocolates, balas, gomas e outras guloseimas que compõem o portfólio da Mondelez. Agora, o novo tabuleiro está mapeado de produtos de cesta básica de alimentos, onde a Cargill disputa espaço com marcas icônicas, como Lisa, Elefante e Pomarola, e quem dá as cartas são lares brasileiros, gente que compra ingredientes para preparar a alimentação e, gosta sim, de dar um toque especial, “de afeto”, na hora de servir a refeição para a família e amigos.

Em entrevista, ele destaca os planos de modernização da linha dos atomatados, adianta que mais novidades serão apresentadas (embora mantenha a sete-chaves quais serão) e confia na retomada da consumo em 2020. Na sua opinião, o mercado de consumo nacional é potencial, o que permite avançar até mesmo com marcas consagradas, desde que ofereça valor agregado aos clientes, especialmente para aqueles em busca de alimentos seguros, saudáveis e focados na sustentabilidade.

E na missão atual pilota uma divisão de negócios estabelecida por três frentes de comercialização: vendas para o varejo, para foodservice e de produtos (a granel) para indústrias. A proposta é avançar em todos os mercados possíveis, sendo que no comércio (B2C) a proposta é ganhar mais espaço geográfico e nas gôndolas de onde já tem marcas, expandindo o portfólio. E na estratégia de ampliar o abastecimento considera importante a parceria com o atacado distribuidor.

No Brasil desde 1965, a Cargill atua nas áreas agrícola, alimentícia, financeira e industrial. Está presente em 17 Estados e no Distrito Federal com unidades industriais e escritórios. Possui 189 armazéns e transbordos, 23 fábricas, , seis terminais portuários, , dois centros de inovação e cerca de 11 mil funcionários. E 2018, obteve uma receita operacional líquida de R$ 47 bilhões de reais, o que representa um crescimento de 33% em relação ao ano anterior.

Na Cargill, você administra um portfólio diferente e precisa ter um outro olhar para o mercado. Como é isso?

Eu estou na divisão da empresa de alimentos e bioindustrial, que é grande no mundo e tem portfólio bastante diverso. Sou responsável por essa unidade na América do Sul, na divisão que chamamos de consumo. O coração do nosso negócio está no portfólio de óleos, gorduras para a indústria, atomatados e outros adicionais. Faço parte de um time global e meus pares são responsáveis pelos México, EUA, Europa, Ásia. E nessa torre de negócios no Brasil eu tenho sob a minha responsabilidade três divisões de vendas: de produtos ao varejo, para foodservice (das grandes redes até restaurantes independentes) e de ingredientes para a indústria (óleos e gorduras).

E qual é a divisão mais importante?

A divisão de consumo, onde temos óleos, atomatados, maionese e molhos para salada com marcas emblemáticas, como Lisa, Mazola, Purilev, Maria e atomatados Elefante, Pomarola e Tarantella. Estas últimas marcas que estão sendo relançadas e modernizadas.

A partir da sua transição, como você vê consumidor brasileiro hoje?

Vejo o mercado brasileiro em recuperação, ainda lenta, mas positiva. Como poder de compra está associado à empregabilidade, acredito que com a melhora da geração de emprego, aumenta a capacidade de consumo das famílias. A diferença é que as categorias que trabalho atualmente tem altíssima penetração nos lares brasileiros e são parte da alimentação básica. E isso faz uma grande diferença. Por exemplo, qual é o lar que não tem óleo de soja para preparar arroz, feijão e fritar batata? Qual a casa que não tem molho e/ou o extrato de tomate para temperar o macarrão servido no fim de semana?. O bacana de trabalhar com essas categorias é que, embora sejam maduras, encontram espaço para crescer no mercado.

E como isso é possível?

É fato que o consumidor nos últimos anos sofre com a retração do poder de compra. Como consequência, percebemos que houve a migração para marcas mais em conta e a redução da frequência de compras, movimento que agora estabilizou. Na contrapartida, observamos agora uma maior preocupação com temas relacionados à saudabilidade, ao meio ambiente e com ingredientes que compõem os alimentos comprados. Nosso objetivo é oferecer um portfólio alinhado a essas exigências: saudável, seguro e sustentável.

E como se traduz essas ações?

Relançamos o Pomarola com nova fórmula, com mais tomate, menos açúcar, menos sal e sem conservante. Controlamos desde a semente entregue aos fazendeiros até o processamento do tomate e a venda no varejo. Estamos também trazendo uma linha premium, importada da Itália, batizada de Pomarola Chef. Já o Elefante (com embalagem e marca renovada) tem muito tomate, açúcar e nada mais. Estamos apresentando nova embalagem plástica em pote reutilizável, com tecnologia inovadora que garante a segurança do alimento quando for aberto e guardado na geladeira. A troca da embalagem também permite a redução de emissão de carbono em torno de 20% na produção, quando comparada as latinhas que serão substituídas gradativamente.

Como você enxerga a família brasileira na hora da escolha de produtos?

As famílias buscam primeiramente alimentos seguros, que confiam, saudáveis e o mais naturais possíveis. Outro ponto é que gostam de dar um toque especial e pessoal ao prato que será oferecido, como forma de afeto e carinho, aos familiares e amigos. Com as inovações, buscamos modernizar e contemporizar o portfólio, para atender, além das avós, tias e mães, também os jovens que moram sozinhos e os novos casais, que são mais conectados, antenados. Vamos continuar trabalhando para trazer mais novidades nas linhas, inclusive em óleos.

A renovação do portfólio está atrelada a um movimento global da empresa?

A Cargill não tem produtos de consumo no mundo todo. Mas existe sim a preocupação com a segurança, qualidade e sustentabilidade como pilares globais. Eu diria que é um movimento que parte do Brasil, que é uma referência para os negócios de consumo para a empresa no mundo.

O que é o Brasil para a Cargill?

É um dos maiores mercados. Obviamente estou considerando todos os negócios juntos, inclusive a divisão agrícola, de exportação de grãos.

E qual a importância da sua área no Brasil?

Não abrimos essas informações. Mas digo que é uma área de importância significativa em vendas, rentabilidade. Temos como marcas principais Lisa, Elefante e Pomarola. A s três juntas são pilares de investimentos.

Você sempre teve forte atuação junto ao atacado distribuidor. Pretende estreitar a parceira?

Sempre apoiei a agenda da ABAD. E na Cargill fortalecemos essa relação, participando em grupo de discussão de modelos de distribuição, de logística. E apoiamos o Encontro de Valor. Acreditamos na força da Associação como veículo de desenvolvimento do setor. Nosso plano é expandir a presença geográfica também através dos associados da ABAD. Estamos nos aproximando de vários clientes geograficamente porque percebemos muitas oportunidades de distribuição. Embora as marcas sejam bastante conhecidas, temos lojas em que não tem o portfólio inteiro. E por isso o trabalho de parceria, de explicar a importância das categorias para o consumidor.

Há regiões em que deve expandir a distribuição?

Temos áreas subdesenvolvidas no Norte, Nordeste e no Centro-Oeste para as nossas marcas.

Em algum modelo de distribuição em especial?

Temos combinações de modelos de distribuição, atendendo direto a grandes supermercadistas e com distribuidores. E tendo o atacado na cobertura geográfica. A ideia é continuar com o modelo híbrido adaptado para cada região do Brasil.

No tripé formado por varejo, foodservice e indústria, tem algum que merece atenção especial?

Enxergamos que para cada um deles existe oportunidade de mercado. No foodservice, a Cargill é conceituada e vem crescendo aceleradamente. Mas no varejo vemos oportunidade de avançar no redesenho das marcas e na presença em lojas – com crescimento de maneira sustentada.

E para 2020, o que esperar do consumo de marcas?

Pela minha leitura, o mercado gradualmente se recuperando já é uma excelente notícia. E espero que o Brasil siga o caminho certo, apesar da volatilidade. Por outro lado, entendo que cabe à indústria e aos varejistas fazerem a sua parte, e não ficarem esperando o mercado reagir.Temos que motivar os consumidores e mostrar o valor de terem produtos melhores, de renovar hábitos de consumo, de gerar valor às compras dos consumidores. Temos uma lição de casa para fazer e, independentemente do cenário econômico, precisamos melhorar a vida do consumidor.

O consumidor quer qualidade e marca?

Quem levar a proposta de valor aos produtos vai se destacar. O consumidor brasileiro tem muito orgulho de ter marcas na mesa, que reconhece como sendo de alta reputação, inovadoras, de qualidade e agora de saudabilidade.

Quanto o atacado distribuidor representa para a Cargill?

Mais de 50% do negócio.

2019 já foi ano de resultado positivo. E 2020?

Esperamos manter a trajetória é positiva.




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