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A era moderna da ciência do microbioma

O microbioma humano se refere aos organismos (bactérias, fungos e vírus) que residem no organismo de uma pessoa.

O Projeto Genoma Humano, que custou cerca de US$ 3 bilhões, foi um projeto de 13 anos (1990-2003) que resultou no primeiro sequenciamento bem-sucedido do genoma humano. Os cientistas esperavam que o sequenciamento do genoma humano levasse à cura de muitas das doenças degenerativas crônicas de hoje. Esse objetivo falhou, e o sequenciamento do genoma humano nunca levou a tratamentos bem-sucedidos para quaisquer doenças.

No entanto, um grande benefício que emergiu do projeto foi o desenvolvimento de uma tecnologia que permite aos cientistas sequenciar genomas em um ritmo rápido e acessível. O incrível poder e velocidade da nova tecnologia de sequenciamento de genes foram parcialmente responsáveis pelo financiamento governamental do Projeto Microbioma Humano (2007-2012). Esse esforço resultou na publicação de mais de 350 estudos, que são vistos como o “nascimento” da era moderna da ciência do microbioma.

Houve uma enorme quantidade de conhecimento adquirida com o Projeto Microbioma e subsequente pesquisa sobre o microbioma humano. Famílias de microrganismo (principalmente bactérias) foram identificadas e seus números relativos começaram a ser associados a vários benefícios à saúde e suscetibilidade a doenças. Algumas das espécies bacterianas que se mostraram particularmente benéficas foram isoladas de fontes humanas ou alimentares e cultivadas comercialmente como fonte suplementar dessas espécies benéficas - e a indústria de probióticos decolou. Ao longo do caminho, descobriu-se a importância das cepas específicas de bactérias, o que limitou a comercialização a cepas bacterianas que poderiam ser patenteadas por seus benefícios.

Os prebióticos, então, começaram a ser reconhecidos como fontes de alimento, tanto para os probióticos suplementados quanto para estimular o crescimento de espécies benéficas do próprio organismo. Se combinado em um produto com bactérias específicas que demonstraram prosperar com certos prebióticos, o termo simbiótico foi usado.

A maioria dos probióticos atualmente no mercado são projetados para agir no intestino. O trato intestinal, principalmente o intestino grosso, é o lar de trilhões de microrganismos que fornecem uma variedade de benefícios, principalmente relacionados à digestão e ao funcionamento do sistema imunológico. No entanto, medicamentos, especialmente antibióticos, juntamente com certas condições de doença, dieta, genética e escolhas de estilo de vida, desempenham papel na composição do microbioma de um indivíduo. Os probióticos são projetados para apoiar o funcionamento saudável do próprio microbioma do organismo e preencher as lacunas onde as deficiências se desenvolveram.

Sabe-se, agora, que os benefícios imunológicos do microbioma protetor do organismo não começam no intestino, mas na cavidade oral, onde os microrganismos patogênicos mais frequentemente entram no organismo. A cavidade oral é o lar de tantas espécies diferentes de bactérias quanto o intestino; e essas bactérias podem formar uma barreira extremamente forte contra invasores, influenciando a saúde, não só dos dentes e gengivas, mas estendendo-se pela garganta e canais auditivos e, indiretamente, por todo o organismo.

Os prebióticos, presente em alimentos ricos em fibras, como frutas, vegetais e grãos inteiros, são um tipo de fibra que o corpo humano não consegue digerir. Persistem intactos através do trato digestivo até o cólon, onde são fermentados por bactérias e outros microrganismos. O consumo de alimentos ou suplementos prebióticos pode ajudar a garantir uma fonte alimentar ideal para as bactérias do cólon e a produção de compostos benéficos (como os SCFAs) resultantes do processo de fermentação.

Embora os prebióticos possam ser facilmente obtidos através da ingestão de certos alimentos (como aveia que contém beta-glucana e maçãs, que contêm pectina), muitas das melhores fontes de fibra prebiótica são alimentos como raiz de konjac e algas marinhas, que não são partes regulares da dieta. Como tal, os suplementos prebióticos estão ganhando popularidade.

Já os pós-bióticos, definidos recentemente pela Associação Científica Internacional de Probióticos e Prebióticos (ISAPP) como uma preparação de microrganismos inanimados e/ou os seus componentes, que confere um benefício à saúde do hospedeiro, parecem ser a tendência mais recente na indústria de bióticos e têm algumas vantagens distintas de fabricação e marketing em relação aos probióticos. Mais notavelmente, uma vez que não são microrganismos vivos, a estabilidade de prateleira e a sobrevivência através do intestino podem ser muito mais previsíveis.

De acordo com o relatório Markets and Markets, o mercado global de microbioma humano está projetado para atingir US$ 1,6 milhão em 2028, com a taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 21,3% no período de 2025-2028.

A pesquisa sobre prebióticos, probióticos e pós-bióticos continua a se expandir conforme mais informações são descobertas sobre o papel positivo que o microbioma humano desempenha no apoio e manutenção da saúde humana.

Fonte: Natural Products Insider




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