Nova rotulagem de alimentos acende debate sobre consumo de sódio
Data de publicação: 02/12/2025
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A implementação da rotulagem nutricional frontal em alimentos industrializados, que destaca o excesso de nutrientes como o sódio, intensificou a preocupação dos brasileiros com o que colocam no prato. Diante de um consumo médio de sal que ainda é quase o dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a indústria tem acelerado os investimentos em tecnologia e, principalmente, em iniciativas voltadas à interpretação dos rótulos de alimentos e à promoção de hábitos mais saudáveis.
Mais do que um alerta, a ideia é que os novos rótulos funcionem como um guia para escolhas mais conscientes por parte dos consumidores. Especialistas apontam que a redução do consumo de sódio depende tanto da escolha de produtos disponíveis, quanto do entendimento de como utilizá-los corretamente dentro de uma dieta equilibrada.
"Um tempero industrializado não deve ser visto como vilão, pelo contrário, ele passa por um rigoroso controle de qualidade e contém quantidade de sódio padronizada. A recomendação de uso no rótulo é um direcional importante, pois indica a porção ideal para garantir o sabor e manter o balanço nutricional dos preparos, o que não é tão simples de controlar quando se utiliza o sal diretamente do saleiro, por exemplo", explica Marília Zagato, nutricionista.
Para garantir pratos saborosos e com a quantidade ideal de sal, a inovação tem sido a principal aliada. A própria Ajinomoto do Brasil utiliza sua expertise na ciência dos aminoácidos para reduzir o teor de sódio dos produtos, sem comprometer o sabor. "O glutamato monossódico (MSG) é um ótimo exemplo, pois atua como realçador, intensificando e prolongando a percepção dos sabores na boca. Com isso, conseguimos desenvolver produtos com teor de sódio menor, mas que se mantêm saborosos. De 2020 a 2024, com as melhorias que fizemos no nosso portfólio, e considerando a venda dos nossos produtos, conseguimos reduzir 103,1 toneladas de sal e 3,9 toneladas de gordura saturada", destaca Marília.
Um exemplo prático dessas mudanças é a revisão de mais de 4 mil receitas que a Ajinomoto do Brasil fez no portal Sabores Ajinomoto, reduzindo mais de 18 kg de sal dessas preparações. Considerando os acessos desses conteúdos no site, a empresa deixou de recomendar em torno de 650 toneladas de sal, provando que é possível trazer equilíbrio às preparações, sem abrir mão do sabor, e ainda levar esses direcionamentos para o dia a dia dos consumidores.
A nutricionista finaliza com uma recomendação alinhada às discussões atuais sobre alimentação e saúde. "É preciso ter uma visão completa da alimentação, culpar um único ingrediente ou produto é uma simplificação perigosa. O mais importante é procurar adotar uma alimentação balanceada e um estilo de vida focado na saúde e no bem-estar. Nosso papel é oferecer ao consumidor produtos melhores e informações claras, para que ele faça escolhas conscientes e saborosas todos os dias".