De acordo com um estudo realizado no Reino Unido, grandes quantidades de sal nas dietas podem aumentar significativamente a corticosterona, o equivalente ao corticosteroide, o “hormônio do estresse”. Embora o estudo tenha sido realizado com camundongos, a equipe de pesquisa alerta que consumir quantidades excessivas do ingrediente salgado provavelmente tem o mesmo efeito nas pessoas.

Em essência, o estudo mostra que níveis mais altos de ingestão de sal podem aumentar a resposta ao estresse e aos níveis percebidos de estresse. Para testar os efeitos no sistema de estresse do organismo, especialistas da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, deram uma dieta rica em sal, equivalente à ingestão típica de sal em humanos, a camundongos e monitoraram seus níveis de corticosterona por períodos de duas a oito semanas. Os pesquisadores descobrimos que, quando a ingestão de sal aumentava, o nível de repouso do sistema de estresse aumentava, mais ou menos como usar um dimmer para acender as luzes ou aumentar o volume da TV, e permanecia assim enquanto a ingestão de sal era mantida. Também foi testada a resposta do sistema a um estresse ambiental externo: a resposta hormonal ao estresse foi muito maior quando os camundongos consumiam alimentos ricos em sal.

Os pesquisadores explicaram que embora o hormônio do estresse seja bom a curto prazo, ou seja, quando ajuda o organismo a se adaptar a situações estressantes e faz parte de uma resposta normal a situações estressantes, também pode causar problemas quando esse sistema é “ligado” por períodos de tempo muito prolongados. Nessa situação, os hormônios do estresse elevados podem causar imunossupressão, obesidade, resistência à insulina (diabetes tipo 2) ou ainda alterar os comportamentos de sono e humor.

O estudo também afirma que mais pesquisas precisarão ser feitas para verificar se o alto consumo de sal afeta outros comportamentos, como ansiedade e agressividade.