MCassab investe em INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL para otimizar o mercado de produção de ovos

O grupo MCassab, por meio de sua divisão de Nutrição e Saúde Animal, anunciou a aquisição de 50% da startup de tecnologia ALLTIS. A parceria tem como objetivo implementar uma solução pioneira de Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT) focada na avicultura de postura no Brasil. A iniciativa conecta diretamente a tecnologia de ponta com a nutrição animal.

A tecnologia, batizada de “Clara”, utiliza sensores instalados nos aviários para monitorar em tempo real as variáveis críticas que impactam o desempenho das aves. Entre os parâmetros analisados estão o consumo de ração e água, o uso de energia elétrica e as condições de temperatura e umidade do ambiente. A plataforma de IA processa esses dados para fornecer diagnósticos, previsões e alertas automatizados aos produtores. "Ela entende, responde e até emite alertas quando algo está fora do padrão", explica Alex Souza, fundador da ALLTIS.

Um dos primeiros resultados observados em granjas que adotaram a tecnologia foi uma economia de até 35% no consumo de ração, insumo que, segundo Souza, representa cerca de 80% dos custos de produção. Essa otimização permite um manejo nutricional de altíssima precisão, garantindo que os nutrientes e aditivos sejam aproveitados ao máximo, reduzindo desperdícios e melhorando a conversão alimentar. Maurício Graziani, diretor executivo da MCassab Nutrição e Saúde Animal, reforça a relevância da solução: "Estamos tendo sucesso porque hoje o produtor não consegue medir isso. Quando ele mede, já está atrasado".

Outro benefício é o controle rigoroso sobre a quebra de ovos. Com a contagem automatizada nas esteiras, o sistema compara a produção real com o volume que chega à indústria, identificando pontos de perda que, em alguns casos, podem atingir dois dígitos. Essa precisão inédita permite ações corretivas imediatas na operação.

Com a parceria, a MCassab e a ALLTIS projetam expandir a presença da tecnologia de 60 para 2.000 aviários nos próximos dois anos, visando uma participação de 70% em um mercado que produziu 57,7 bilhões de ovos em 2024. O plano não para na avicultura de postura: o próximo passo é adaptar e escalar a solução para outros segmentos da produção animal, como aves de corte, suínos e bovinos.