A transparência é vital para garantir que as cadeias de abastecimento de alimentos sejam eficazes, sustentáveis e resilientes. Quão transparente é o atual sistema alimentar global e qual é o papel das diferentes partes interessadas em contribuir para isso?
Com a população global prevista para chegar a impressionantes 9,7 bilhões até 2050, a produção de alimentos precisará aumentar em até 60% para atender a essa demanda em rápido crescimento, de acordo com um relatório das Nações Unidas.
Garantir que as necessidades nutricionais da crescente população global sejam atendidas no longo prazo depende em grande parte da capacidade de criar e manter cadeias de fornecimento de alimentos sustentáveis e transparentes. Para fazer isso, as principais partes interessadas da indústria de alimentos, de reguladores a empresas e consumidores, deverão abordar coletivamente uma série de questões complexas, das quais a falta de transparência está no centro.
Os choques na cadeia de valor alimentar global causados por eventos sociopolíticos recentes, como a guerra russo-ucraniana e a pandemia da Covid-19, destacaram o quanto a transparência é integral para a sustentabilidade da cadeia global de fornecimento de alimentos. Melhorar a transparência das cadeias de suprimentos oferece benefícios para as partes interessadas em toda a cadeia de valor.
De acordo com Koen Boone, especialista em sustentabilidade e Coordenador das cadeias de valor sustentáveis na Wageningen University and Research, esses benefícios variam de menos ineficiências, comunicação e coordenação aprimoradas, permitindo que as partes interessadas respondam melhor às mudanças e choques, até o aumento da confiança das partes interessadas, para citar alguns.
Embora as vantagens sejam claras, o processo de melhorar a transparência da cadeia de valor alimentar certamente não é uma abordagem de tamanho único. Exatamente como as cadeias de suprimentos são transparentes varia significativamente entre países, commodities e partes interessadas.
As marcas também têm um grande papel a desempenhar na influência da transparência do sistema alimentar global. Um relatório recente da Deloitte descobriu que a sustentabilidade é uma consideração crucial para mais de um terço dos consumidores. À medida que os consumidores se tornam cada vez mais conscientes das credenciais de sustentabilidade de marcas e produtos, mais pressão está sendo colocada sobre as empresas para melhorar as formas como produzem, distribuem e circulam alimentos para consumidores em todo o mundo.
Enquanto algumas marcas foram elogiadas por seus esforços para se tornarem contribuintes mais sustentáveis e responsáveis para o sistema alimentar, outras foram apanhadas em escândalos de sustentabilidade, acusadas de greenwashing que, definido pelo Cambridge Dictionary, é uma tentativa das empresas de fazer as pessoas acreditam que estão fazendo mais para proteger o meio ambiente do que realmente estão.
Para melhorar a sustentabilidade e a resiliência das cadeias de suprimentos no futuro, há uma série de etapas acionáveis que as marcas podem tomar.
Segundo Boone, as etapas que são úteis para todas as cadeias de suprimentos incluem: rastreabilidade, avaliação e gerenciamento de riscos, relações de longo prazo, cadeias de suprimentos curtas, foco em hotspots e definição de metas quantificadas com limite de tempo. A troca de informações sobre sustentabilidade na cadeia de suprimentos seguindo um padrão de relatório internacional harmonizado, bem como a transparência em torno da sustentabilidade das cadeias de suprimentos para todas as partes interessadas é importante para garantir a transparência da cadeia de suprimentos.
Fonte: Ingredients Network
