Acordo UE-Mercosul: setor lácteo europeu vê oportunidade para INGREDIENTES DE ALTO VALOR

A European Dairy Association (EDA), entidade que representa a indústria de laticínios da União Europeia, manifestou apoio formal ao Acordo de Livre Comércio com o Mercosul. A associação considera o tratado uma oportunidade para expandir o acesso a mercados importantes, com destaque para a exportação de queijos e ingredientes lácteos de alto valor agregado, um segmento de relevância para a balança comercial do bloco.

O acordo prevê pontos de alto impacto para o setor, como a eliminação de tarifas e barreiras não tarifárias. Um dos mecanismos centrais é a criação de um contingente tarifário de 30 mil toneladas para queijos, volume dez vezes superior ao que a União Europeia exporta atualmente para os países do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). Essa ampliação de volume gera uma demanda direta não apenas pelo produto final, mas também por toda a cadeia de insumos envolvida, como culturas lácteas, enzimas e conservantes.

Além dos queijos, a EDA destaca o potencial para ingredientes processados. A União Europeia já mantém uma balança comercial positiva com o Mercosul no setor lácteo, impulsionada por produtos como leite em pó e ingredientes de alto valor agregado (proteínas do soro, caseínas, lactose, etc.). O tratado, segundo a entidade, fortaleceria a competitividade internacional do setor, que em 2024 gerou mais de 18 bilhões de euros para a balança comercial da UE e emprega mais de 45 mil pessoas em atividades ligadas à exportação.