Produção de leite no Brasil atinge RECORDE com foco em tecnologia e qualidade da matéria-prima
Data de publicação: 12/08/2025
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A produção de leite no Brasil alcançou um marco histórico em 2024, impulsionada por um avanço na eficiência das maiores fazendas do país. De acordo com o levantamento Top 100 da MilkPoint Ventures, as principais propriedades registraram um crescimento médio de 13,28% na produção diária, o maior salto desde o início da pesquisa em 2001.
Entre as 100 maiores fazendas, o regime de confinamento é predominante, adotado por 86% delas. Destes, 53% utilizam o sistema free-stall e 33% o compost barn. Esses modelos permitem um controle rigoroso sobre a nutrição, o bem-estar animal e a sanidade do rebanho, resultando em um leite com especificações mais consistentes, fator importante para o processamento industrial de derivados como leite em pó, queijos e proteínas do soro (whey protein). Geneticamente, a raça Holandesa domina (82%), o que garante um alto potencial produtivo e um perfil de composição de sólidos (gordura e proteína) bem conhecido pela indústria.
Os indicadores de produtividade e rentabilidade confirmam a tese da qualidade como diferencial competitivo. A produtividade média no grupo Top 100 atingiu 34,8 litros por vaca/dia. Mais relevante ainda é a análise financeira: enquanto o custo médio de produção foi de R$ 2,28 por litro, os grandes produtores receberam, em média, R$ 2,82 por litro. Essa diferença se deve, em grande parte, a bonificações pagas pelos laticínios por volume e, principalmente, por qualidade (teores de gordura, proteína e baixa contagem de células somáticas), incentivando a entrega de uma matéria-prima superior.
O levantamento mostra que as 100 maiores propriedades já respondem por 4,74% de todo o leite inspecionado no país, um volume de quase 1,2 bilhão de litros em 2024. Geograficamente, a produção de elite se concentra no Sudeste (liderado por Minas Gerais) e no Sul (com destaque para as cooperativas do Paraná), criando polos de fornecimento de alta tecnologia.