Segundo o relatório Bebidas Não Alcoólicas no Brasil 2024 da consultoria de análise de dados Euromonitor International, essa categoria desse tipo de bebida alcançou o valor de R$144 bilhões em vendas no país em 2024.

Guilherme Machado, gerente de pesquisa na Euromonitor International, explica: "Apesar da indústria ser muito desenvolvida, ainda há grande potencial de crescimento para os próximos anos. Nossos cálculos indicam que o Brasil pode chegar a atingir mais de R$225 bilhões nas vendas do varejo em 2029."

Refrigerantes impulsionam o crescimento da categoria

O crescimento de 12,1% nas vendas em valor do setor de bebidas no varejo em comparação com o ano anterior foi, em grande parte, impulsionado pelas categorias de refrigerantes e sucos. Isso acontece devido a um costume de muitas famílias brasileiras de incluir essas bebidas nas principais refeições do dia a dia. O aumento nos custos de frutas, como foi o caso da laranja, impactou a produção dos sucos, que sofreram aumento nos preços finais, elevando a variação em valor.

Além disso, com o país registrando ondas de calor em diversas regiões ao longo do ano, as categorias tiveram uma demanda sólida ao longo do ano, já que os consumidores enxergaram nas bebidas uma forma de se refrescar. Entretanto, os consumidores estão cada vez mais críticos. Dados da pesquisa Euromonitor Voice of the Consumer: Consumer Health Survey 2024 apontam que 39% dos consumidores digitais brasileiros procuram alimentos e bebidas que tenham pouco ou nenhum açúcar adicionado e 31% optam por consumidor produtos que sejam totalmente naturais.

Machado afirma: "A inovação tem sido essencial para manter a relevância dos refrigerantes em um mercado que valoriza cada vez mais saúde, autenticidade e propósito. Os consumidores estão mais exigentes e esperam cada vez mais ingredientes naturais, fórmulas mais limpas e experiências sensoriais que se encaixam no seu estilo de vida."

"O foco na saúde está redefinindo as prioridades dos consumidores, e as empresas têm a oportunidade de oferecer produtos que atendam a essas novas demandas," afirmou Howard Telford, chefe de pesquisa de bebidas não alcoólicas da Euromonitor International.

Bebidas esportivas também representam uma grande oportunidade de mercado

A categoria de bebidas esportivas tem apresentado crescimento sólido no Brasil, com aumento de 33% nas vendas entre 2023 e 2024, muito impulsionada pela popularização de hábitos mais ativos e pela crescente preocupação com hidratação e desempenho físico. Isotônicos, hipotônicos e hipertônicos ganham espaço não apenas entre atletas, mas também entre consumidores casuais que buscam soluções práticas para o dia a dia, especialmente em um país de clima quente.

"Vemos um consumidor cada vez mais informado, que entende as diferenças entre tipos de bebidas esportivas e busca produtos adequados às suas necessidades específicas, seja para treinos intensos ou para simples reidratação após um dia quente. Isso também reflete uma busca por uma saúde mais holística e, ao mesmo tempo, praticidade," finaliza Machado.