De acordo com o Mintel Global New Products Database, em 2020, 48% dos lançamentos de café tinham, pelo menos, uma alegação sustentável. O Banco de Dados de Novos Produtos Globais (GNPD) da empresa revelou que de todos os lançamentos de novos produtos à base de café ao redor do mundo, em 2020, quase metade (48%) trazia uma alegação ética ou ambiental, o que, segundo a empresa, é quase o dobro do número de quase uma década atrás, quando apenas 25% dos lançamentos de café eram sustentáveis.
Uma análise das alegações revela que 30% continham uma alegação ambientalmente correta, 28% uma alegação de direitos humanos, 29% uma alegação de sustentabilidade (relativa ao habitat e/ou recursos), 25% uma alegação ética relacionada à embalagem ambientalmente correta do produto e 21% apresentavam uma alegação relativa à reciclagem.
Menos produtos apontaram para sua biodegradabilidade (3,3%), parcerias com instituições de caridade (2%) e neutralidade de carbono (1,3%), com alegações éticas relacionadas à falta de toxinas e preocupações com os padrões de bem-estar animal em 0,8% e 0,2%, respectivamente.
A empresa de pesquisa de mercado considerou as cápsulas de café como o “formato mais controverso” da categoria, devido a quantidade de resíduos de aterro que geram. As cápsulas representaram um quarto (24%) dos lançamentos globais de café em 2020, mas apenas duas em cada cinco cápsulas (39%) continham uma declaração de reciclagem. Tal como está, uma em cada 10 cápsulas contém uma alegação biodegradável (11%) e/ou uma alegação compostável (10%).
Ao comparar a categoria de café com o mercado total de alimentos e bebidas, o Banco de Dados de Novos Produtos Globais indicou que na Europa, apenas 35% dos alimentos e bebidas possuem uma afirmação sustentável, em comparação com 64% dos lançamentos de café.
“Sem dúvida, a sustentabilidade será a questão definidora do setor cafeeiro nos próximos 20 anos. As expectativas dos consumidores em relação às marcas de café aumentarão dramaticamente à medida que a ansiedade ecológica substitua a paranoia pandêmica”, de acordo com Jonny Forsyth, autor do relatório e diretor associado da Mintel Food & Drink.
Forsyth também acredita que a Covid-19 tornou os consumidores mais sensíveis às desigualdades. A maioria dos agricultores é "mal paga", apesar dos "enormes lucros" do café e do uso de reivindicações de comércio justo. “As marcas precisarão ajudar os agricultores a enfrentar o aquecimento global para evitar a perda de suprimentos e meios de subsistência. Precisarão ser muito mais ‘práticas’ e colocar seus valores e ações sustentáveis no centro da mensagem da sua marca”, acrescentou.
A pandemia do Coronavírus e as consequentes medidas de bloqueio também aceleraram a tendência de "barista em casa", observou a Mintel. Em 2020, o total de lançamentos globais de café embalado aumentou 8%, em comparação com os números de 2019.
O café embalado, agora, é responsável por quase dois terços da inovação global, seja em formato de casca (24%), moído (23%) ou em grão (15%).
Dividindo a tendência em regiões, os dados da Mintel indicaram que os baristas "caseiros" são mais prevalentes nos mercados ocidentais, onde frutos, grãos e café moído representam 77% de todos os lançamentos de café. Em comparação, a mesma categoria responde por apenas 44% na Ásia, América Latina, Oriente Médio e África. Nessas áreas, as mistura (20%), as variedades instantâneas (18%) e prontas para beber (19%) dominam.
Fonte: Beverage Daily