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Redução de açúcar e as novas regras no Brasil: o que esperar para 2022?

A necessidade em reduzir e substituir o açúcar na alimentação vem ganhando força nos últimos anos e, devido as mudanças que entrarão em vigor no Brasil em 2022, esse tema tem sido destaque e chamado a atenção dos consumidores e fabricantes de alimentos e bebidas.

Os brasileiros consomem 50% mais açúcar do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso significa que, por dia, cada brasileiro consome em média 80g de açúcar. Para contornar essa situação, em 2018, o Ministério da Saúde anunciou um acordo onde o Brasil assumiu a meta de reduzir 144 mil toneladas de açúcar até 2022. Além disso, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, em 2020, a nova regra sobre rotulagem nutricional de alimentos embalados, que visa alertar o consumidor sobre produtos que sejam altos em sódio, açúcar adicionado e gordura saturada. O modelo, que no Brasil é design de lupa, já é realidade em alguns países da América Latina com as chamadas ‘etiquetas negras’.

De acordo com um estudo divulgado no relatório Sugar Reduction - Regional Overview, lançado em 2021 pela Innova Market Insights, 40% dos consumidores globalmente afirmam que reduziram a ingestão de açúcar nos últimos 12 meses. A prevenção de doenças e os problemas de saúde foram os principais motivos apontados para essa redução, seguido pela preocupação com a saúde bucal. Ainda de acordo com o relatório, esse número também reflete no consumo nos países da América Latina onde um em cada dois mexicanos afirmam que os rótulos de advertência influenciam sua decisão de compra. No desenvolvimento de novos produtos que possuam ingredientes doces é possível ver o uso de frutas para fornecer dulçor sem ser caracterizado como adição de açúcar nos rótulos e a demanda por adoçantes naturais, como estévia, eritritol e o extrato de fruta do monge, aumentando em resposta à busca do consumidor por produtos e rótulos limpos.

Dados desse mesmo relatório mostram que, por exemplo, o extrato da fruta do monge é o adoçante com crescimento mais rápido nas Américas, crescendo +93% (CAGR 2016-2020) na América Latina. Isso reflete a principal tendência da Innova Market Insights para 2021, “Transparência triunfa”, que indica a necessidade de rótulos mais limpos e os adoçantes naturais ganhando força em relação aos artificiais. Além disso, conforme aponta um estudo publicado na Food Ingredients First, desde o surto da Covid-19, os consumidores têm sido atraídos para alimentos reconfortantes. Porém, estão descobrindo que reformulações mais saudáveis das guloseimas são uma maneira de se satisfazerem sem o surgimento do sentimento de culpa (indulgência).

De acordo com Lu Ann Williams, diretora Global de Insights da Innova Market Insights, nos últimos anos, as inovações de ingredientes permitiram que os fabricantes reproduzissem melhor as múltiplas propriedades sensoriais e funcionais do açúcar, incluindo doçura, mouthfeel, volume, escurecimento e retenção de umidade, enquanto reduziam as quantidades de açúcar e calorias.

Para entender como esse comportamento afeta diferentes áreas da indústria, o relatório aponta que na América Latina os lançamentos com mais apelos relacionados ao açúcar estão dentro da categoria de bebidas não alcoólicas, seguido por confeitaria, lácteos, cereais e panificação. Analisando ainda mais esses dados, um em cada três refrigerantes lançados na América Latina contém adoçantes e claims relacionados ao uso do açúcar. Enquanto isso, na América do Norte e Europa são lançados mais produtos com claims de açúcar voltados à nutrição esportiva.

Desta forma, independente da categoria, ramo de atuação e até do tamanho da empresa, para se manterem competitivas, é esperado que para 2022 as indústrias continuem lançando produtos com os rótulos cada vez mais naturais e buscando inovar e desenvolver substitutos de açúcar, gorduras e sódio. Afinal, na mesma direção, haverá uma maior pressão por parte dos consumidores para que as opções sejam cada vez mais saudáveis e ao mesmo tempo saborosas e indulgentes.

Fonte: Food Innovation




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