Dados publicados no Journal of Nutritional Biochemistry indicaram que 30 gramas por dia de chocolate amargo, durante três semanas, levaram a elevações significativas nos níveis de um microrganismo intestinal chamado Blautia obeum, e os níveis dessa bactéria foram positivamente correlacionados com a melhora do humor.

O estudo, realizado por pesquisadores da Universidade Nacional de Seul, o Instituto de Pesquisa Alimentar da Coreia, e a Chungnam National University na Coreia do Sul, acrescenta o crescente corpo da ciência em torno dos benefícios potenciais do cacau para a saúde. Até o momento, a maior parte girou em torno dos benefícios cardiovasculares potenciais dos flavonóides (também conhecidos como flavan-3-ols ou catequinas) e, particularmente, da epicatequina monomérica flavanol (-). Estudos adicionais relataram benefícios potenciais para a saúde da pele e do cérebro.

Também há relatos na literatura de que o chocolate rico em cacau pode melhorar as medidas de estresse. Um estudo de 2009, publicado no Journal of Proteome Research, indicou que consumir 40g de chocolate amargo por dia durante duas semanas levou a reduções no hormônio do estresse cortisol e catecolaminas.

O novo estudo coreano sugere que o chocolate amargo pode exercer efeitos prebióticos e que os benefícios potenciais para o humor e estado emocional podem ser via eixo intestino-cérebro.

Quarenta e oito adultos saudáveis, com idades entre 20 e 30 anos, foram recrutados para participar do ensaio clínico coreano. Os participantes foram aleatoriamente designados a um de três grupos: um grupo controle (sem chocolate), um grupo de chocolate com cacau a 70% (30 gramas por dia) ou um grupo de chocolate com cacau a 85% (30 gramas por dia) por três semanas. Os estados de humor foram avaliados usando o Positive and Negative Affect Schedule (PANAS).

Os resultados mostraram que os escores negativos de humor foram significativamente reduzidos no grupo de cacau de 85%, mas não no grupo de 70%. A análise da microbiota intestinal revelou que, em comparação com o grupo controle, o grupo de 85% cacau exibiu elevações significativas nos níveis de Blautia obeum, enquanto os níveis de Faecalibacterium prausnitzii diminuíram.

Segundo os pesquisadores, este é o primeiro estudo que fornece evidências de que o consumo de chocolate amargo na vida cotidiana influencia os estados fisiológicos e psicológicos. Esses resultados sugerem que o chocolate amargo tem efeitos prebióticos ao reestruturar a diversidade e a composição do microbioma intestinal, o que pode, por sua vez, melhorar o humor por meio do eixo intestino-cérebro.

Fonte: Nutra Ingredients