IPCA aponta queda no setor de ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS

O segmento de alimentação e bebidas registrou uma deflação de –0,18% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE, interrompendo nove meses consecutivos de alta. Trata-se da primeira retração anual do grupo, oferecendo um alívio pontual a consumidores e ao setor industrial de aditivos e ingredientes, que vêm enfrentando forte pressão de custos em cadeias de suprimentos e formulações.

O principal motor dessa deflação foi o recuo nos preços dos insumos básicos. O ovo de galinha liderou as quedas, com –6,58%, seguido pelo arroz (–3,23%) e frutas em geral (–2,22%). Em contrapartida, o tomate apresentou alta de 3,25%, refletindo sazonalidades e custos logísticos pontuais.

Para a indústria de aditivos, essa volatilidade nos insumos primários pode influenciar tanto a renegociação de contratos quanto o custo de matérias-primas como estabilizantes, espessantes e conservantes. A arroba do arroz mais barata, por exemplo, tende a reduzir o preço de base para amidos modificado e outros derivados, enquanto insumos voltados a hortifrutis podem sofrer ajustes conforme os custos de transporte e armazenamento.

Além disso, a desaceleração de preços nos canais de food service – que passaram de +0,58% em maio para +0,46% em junho – sugere um leve alívio na cadeia de valor, beneficiando também produtores de ingredientes funcionais e aromatizantes que negociam em volumes sensíveis às variações de demanda.