Haja fermento para dar conta de tanto crescimento! Classificado como 'extraordinário' e 'espetacular' por analistas de mercado, a disparada do setor de pães industrializados entre 2019 e 2021 dá todos os sinais de ser um movimento consolidado. A presença do alimento na mesa do brasileiro resistiu à alta da inflação, dos combustíveis, à Guerra na Ucrânia que afetou o trigo e aos impactos no comércio por conta da pandemia. David Fiss, diretor de Serviços ao Cliente & Novos Negócios da Kantar WorldPanel, explica que os produtos que atendem a ocasião de consumo mais familiar sofreram menos em 2021, mas especialmente a categoria de pães industrializados foi a que mais cresceu durante a pandemia.
De acordo com Claudio Zanão, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e derivados (ABIMAPI), o pão industrializado é uma opção nutritiva, saborosa e muito prática de alimento, que ocupa um papel cada vez mais importante na vida corrida de hoje. “Atentos a isso, os fabricantes estão ampliando sua gama de produtos para focar nas diferentes necessidades das famílias e atender desde os consumidores que buscam saudabilidade até aqueles que se orientam pelo preço e quantidade das porções”, disse.
Em 2019, foram consumidas 541 mil toneladas de pães industrializados no Brasil, no ano seguinte o total subiu para 612 mil toneladas e em 2021, 648 mil toneladas, ou seja, uma alta de 19,7% em apenas dois anos. "Se eu comparo os anos, esse salto é bastante coisa. Pouquíssimos mercados na América Latina tiveram esse avanço. Nós seguimos vendo esse movimento, temos um grande destaque na categoria de bisnaguinhas, que atende às famílias com crianças, que cresceu 7% em volume e tem um aumento super expressivo em penetração", observou David. A presença da categoria se expandiu com a volta às aulas, de 44% dos lares para 48%.
Junto com os pães de forma, a Kantar acompanhou e monitorou o crescimento de outras categorias que subiram na pandemia e estão no mesmo grupo, de café da manhã. É o caso de queijos e presuntos fatiados. Para David, esse momento foi valorizado com as pessoas mais tempo dentro de casa, com crianças ainda fora da escola e a família mais preocupada em ficar junto, além, é claro, do home office. "No Brasil isso não era uma ocasião de consumo tão comum, mas cresceu muito durante a pandemia e permanece", disse.
De acordo com Claudio Czarnobai, diretor da Nielsen, a ampliação da variedade de pães industrializados foi decisiva para que a categoria ganhasse espaço no mercado. Outros dois fatores fundamentais foram a disponibilidade dos produtos, com o fechamento das padarias, e o aumento da longevidade, estendendo a sua data de validade. "Você tem um mix de fatores que fazem com que a categoria seja um destaque tremendo. Se você olhar o pré-pandemia ela já vinha com uma tendência interessante, a pandemia acelerou muito e é um consumo que parece que tem ficado", completou.
Fonte: ABIMAPI