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Alergias alimentares: o impacto na cadeia produtiva de laticínios

As alergias alimentares são uma condição de saúde que tem ganhado destaque nas últimas décadas, afetando milhões de pessoas ao redor do mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 200 milhões de pessoas no mundo todo apresentam algum tipo de alergia alimentar, sendo que no Brasil isso incluiu 2% dos adultos e 8% das crianças.

Entre os alérgenos mais comuns, as proteínas do leite de vaca, como a caseína e o soro do leite, figuram entre os principais responsáveis por reações alérgicas. Esse cenário tem trazido desafios para a indústria de laticínios, tanto no aspecto produtivo quanto no atendimento às demandas de consumidores e reguladores.

Embora muitos casos de alergia ao leite da vaca sejam superados na vida adulta, a conscientização sobre a condição tem levado consumidores a exigirem maior transparência e segurança alimentar. Afinal, a exposição a alérgenos pode desencadear reações que variam de leves, como urticária, a graves, como anafilaxia, aumentando a necessidade de uma rotulagem clara e a prevenção de contaminação cruzada.

Impactos na cadeia produtiva

O mercado de alimentos alternativos tem crescido rapidamente. Muitas empresas investem em produtos sem alérgenos, como leites vegetais (soja, amêndoa, aveia) e laticínios processados que eliminam proteínas alérgenas. Essas reformulações envolvem desafios tecnológicos, pois substituí-los sem comprometer sabor, textura e valor nutricional é uma tarefa complexa.

Prevenir a contaminação cruzada é um ponto essencial para evitar os impactos negativos do problema. Isso exige a adoção de práticas rigorosas, como:

- Linhas de produção dedicadas para produtos livres de leite.

- Treinamento constante de funcionários.

- Protocolos de limpeza eficientes para eliminar vestígios de alérgenos.

Exigência de rastreabilidade

A rastreabilidade completa dos ingredientes permite que empresas identifiquem rapidamente possíveis fontes de contaminação. Isso é essencial para atender às legislações e para gerenciar recalls, minimizando danos à saúde do consumidor e à reputação da marca.

Da mesma forma, a legislação alimentar em diversos países exige a declaração clara de alérgenos nos rótulos. Termos como “contém leite” ou “pode conter traços de leite” devem ser destacados, garantindo que consumidores tomem decisões informadas.

Oportunidades no mercado

Apesar dos desafios, o aumento da conscientização sobre alergias alimentares abriu oportunidades de mercado. Produtos voltados para alérgicos e intolerantes à lactose, bem como alternativas plant-based, têm registrado crescimento exponencial.

Empresas que inovam nesse segmento não apenas diversificam seu portfólio, mas também conquistam a lealdade de consumidores preocupados com saúde e sustentabilidade.

Outra questão é para enfrentar os desafios impostos pelas alergias alimentares, a colaboração entre indústria, agências reguladoras e comunidade científica é indispensável. Isso inclui investimento em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias que detectem traços de alérgenos, alinhamento entre padrões regulatórios internacionais e ações educativas para conscientizar o público sobre os riscos das alergias.

Em resumo, as alergias alimentares representam um desafio significativo para a indústria de laticínios, exigindo adaptações tecnológicas, logísticas e regulatórias. No entanto, também oferecem uma oportunidade única para inovação e diferenciação no mercado. Empresas que priorizam a segurança do consumidor e investem em produtos inclusivos estão mais bem posicionadas para liderar em um cenário cada vez mais consciente e exigente.




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