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O mercado das micro e nanoestruturas em alimentos

A nanotecnologia desempenha importante papel no setor alimentício, possibilitando a produção de alimentos de qualidade, com processamento avançado e armazenamento de longo prazo, além de melhor o seu sabor e textura.

O tamanho importa

Nanotecnologia é a tecnologia aplicada na manipulação de nanomateriais para diversos fins, desempenhando importante papel nos setores de alimentos e agricultura, através da contribuição para o melhoramento das culturas, da qualidade e segurança alimentar e promovendo a saúde humana através de abordagens novas e inovadoras.

A nanotecnologia pode ser definida como um processo que trabalha com o projeto, produção ou aplicação de estruturas, dispositivos e sistemas por meio do controle da forma e tamanho em escala nanométrica. Um nanômetro é equivalente a um bilionésimo de um metro, assim, o termo nanotecnologia é associado a materiais com menos de 100 nanômetros de tamanho.

O aumento no interesse e no desenvolvimento da nanotecnologia se deve principalmente as novas e incomuns propriedades dessas pequenas partículas, conhecidas como nanopartículas, cujas propriedades físicas, químicas e biológicas únicas, com grande relação superfície-volume, bem como solubilidade e toxicidade alteradas quando comparadas com as suas contrapartes em macroescala, vem ganhando cada vez mais atenção do setor alimentício.

Na indústria de alimentos, a nanotecnologia é aplicada para todas as práticas: produção, processamento, armazenamento e distribuição de alimentos. Fornece segurança aprimorada usando nanossensores para detectar qualquer patógeno ou contenção em alimentos. Embalagens para alimentos aprimoradas com nanotecnologia oferecem benefícios em relação às embalagens convencionais que usam barreiras de plástico e, ao mesmo tempo, seus componentes funcionais, como atividades antimicrobianas, fornecem maior vida útil aos produtos alimentícios. Também está envolvida na detecção de toxinas alimentares, produção de sabor e formação de cor. Os sistemas inteligentes e baseados em nanotecnologia fornecem localização, detecção, geração de relatórios e controle remoto de alimentos com maior eficiência e segurança. Além disso, os sistemas de entrega baseados em nanotecnologia melhoram os valores nutracêuticos dos componentes dos alimentos.

A área com maior potencial de crescimento para a indústria de alimentos e bebidas se concentra nas melhorias no desenvolvimento de produtos e na funcionalidade dos ingredientes. As propriedades de textura, sabor e estabilidade estão relacionadas com a estrutura do produto alimentício e a funcionalidade dos ingredientes.

Muitos alimentos naturais e processados já estão organizados em nanoescala, ou seja, algumas das matérias-primas mais importantes dos alimentos, como proteínas, amidos e gorduras, passam por mudanças estruturais em escalas nanométricas e micrométricas durante o processamento normal dos alimentos. As proteínas alimentícias, como a betalactoglobulina nativa, que tem cerca de 3,6nm em comprimento, pode sofrer desnaturação; os componentes desnaturados remontam para formar estruturas maiores, como fibrilas ou agregados que, por sua vez, podem ser montados para formar redes de gel ainda maiores. As micelas de caseína podem ser úteis como nanoveículos para aprisionamento, proteção e entrega de nutracêuticos hidrofóbicos sensíveis dentro de outros produtos alimentícios.

Outro exemplo são as soluções mistas de proteína-polissacarídeo, que podem se separar espontaneamente em uma fase do processamento, com gotículas nanométricas ou microcruzadas dispersas em uma fase contínua. Os grânulos de amido se expandem quando aquecidos e hidratados, liberando biopolímeros que podem ser recristalizados em estruturas nanométricas. As dextrinas e outros produtos da degradação de extrusão podem ser usados para encapsular substâncias bioativas em microrregiões.

No caso das gorduras, os monoglicerídeos podem se automontar em muitas morfologias em nível de nanoescala e, hierarquicamente estruturados em triglicerídeos, podem ser cristalizados (10 a 100nm), seguido por um arranjo em grandes aglomerados, flocos e, finalmente, redes de cristal de gordura.

Nanoalimentos e nanoencapsulação

Nanoalimento refere-se ao alimento gerado pelo uso da nanotecnologia no processamento, produção, segurança e embalagem de alimentos.

A nanotecnologia tem imenso potencial no processamento pós-colheita de alimentos, aumenta a biodisponibilidade, sabor, textura e consistência dos alimentos ou oculta o sabor ou odor desagradável e modifica o tamanho da partícula, a distribuição do tamanho, a possível formação de aglomerados e a carga superficial.

Os nano-revestimentos comestíveis, revestimentos finos de aproximadamente 5nm, podem ser usados em carnes, frutas, vegetais, queijo, fast food, produtos de panificação e produtos de confeitaria, nos quais servem como barreiras de gás e umidade. Além disso, fornecem sabor, cor, enzimas, antioxidantes, compostos anti-escurecimento e uma vida útil prolongada aos produtos manufaturados.

Os nanofiltros têm sido usados para remover a cor do suco de beterraba, mantendo o sabor, e para remover a lactose do leite para que possa ser substituída por outros açúcares, tornando o leite adequado para consumidores intolerantes à lactose. Filtros em nanoescala ajudam na eliminação de espécies bacterianas do leite ou da água sem ferver. Os nanomateriais usados para o desenvolvimento de nanopeneiras podem ser usados para a filtração de leite e cerveja.

A nanotecnologia pode ser usada na produção de alimentos mais saudáveis contendo baixo teor de gordura, açúcar e sal.

Chá Nanogreen, cápsulas de suplementos dietéticos, óleo ativo de canola, micela para aumentar a solubilidade das vitaminas A, C, D, E e K, betacaroteno e ácidos graxos ômega e nanotransportadores fortificantes para transportar nutracêuticos são produtos baseados em nanotecnologia comumente comercializados no mercado. Da mesma forma, sucos de frutas fortificados, bebidas nutritivas de aveia, nano chás, nano cápsulas e shakes nanocêuticos também são alimentos nanoprocessados disponíveis no mercado, amplamente comercializados nos Estados Unidos, Austrália, China e Japão.

A utilização de ingredientes nanoencapsulados na indústria alimentícia apresenta crescente expansão. A tecnologia de nanoencapsulação permite suprimir ou atenuar sabores e odores indesejáveis, reduzir a volatilidade e a reatividade e aumentar a estabilidade em condições ambientais adversas, como na presença de luz, oxigênio e pH extremos.

De modo geral, a nanoencapsulação atende diversas necessidades da indústria de alimentos relacionadas à redução da reatividade do material de núcleo com o ambiente; diminuição da velocidade de evaporação ou de transferência do material de núcleo para o meio; facilitação da manipulação do material encapsulado; promoção da liberação controlada de determinadas substâncias; mascaramento do sabor e odor desagradáveis; e promoção da diluição homogênea do material encapsulado na formulação.

Contudo, a escolha do material a ser utilizado deve levar em consideração as propriedades físicas e químicas do núcleo, como porosidade, solubilidade, etc., e da parede, incluindo viscosidade, propriedades mecânicas, transição vítrea, capacidade de formação de filme, etc.; além de compatibilidade do núcleo com a parede; e mecanismo de controle.

Da mesma forma, os encapsulantes devem possuir boas propriedades de formação de filme; baixa higroscopicidade; baixa viscosidade a altas concentrações de sólidos; sabor e odor suaves; e fácil reconstituição. Os carboidratos são os materiais mais utilizados para encapsulação, devido a sua capacidade de ligação a compostos de sabor, além da sua diversidade e baixo custo. A goma arábica é outra boa opção, sendo historicamente considerada como material encapsulante por excelência, devido a sua solubilidade, baixa viscosidade, boas propriedades emulsificantes, sabor suave e alta estabilidade oxidativa conferida a óleos. Outros encapsulantes utilizados na indústria alimentícia incluem ácidos graxos, alginatos, amidos, carragenas, caseinatos, celulose, ceras comestíveis, dextrinas, gelatina, goma xantana, gorduras, lipídios, pectinas, polietilenoglicol e quitosana. Esses agentes encapsulantes oferecem alternativas que podem ser usadas para encapsular soluções hidrofílicas ou oleosas, cuja liberação depende de fator térmico ou que ocorre por simples dissolução, proporcionando importantes características de textura.

A escolha do método de nanoencapsulação mais adequado é outro fator de importância, devendo ser selecionado de acordo com o tipo de material ativo, aplicação e mecanismo de liberação desejado para a sua ação. As opções disponíveis incluem spray drying, spray cooling, pulverização em banho térmico, leito fluidizado, extrusão centrífuga com múltiplos orifícios, cocristalização e liofilização, entre os métodos físicos; inclusão molecular e polimerização interfacial, entre os métodos químicos; e coacervação ou separação de fases, emulsificação seguida de evaporação do solvente, pulverização em agente formador de reticulação e envolvimento lipossômico, entre os métodos físico-químicos.

Basicamente, a diferença entre os métodos está no tipo de envolvimento ou aprisionamento do material ativo pelo agente encapsulante, de acordo com a combinação entre o material e o agente ativo, que pode ser de natureza física, química ou físico-química.

Atualmente, a nanoencapsulação de alimentos, ingredientes e outras substâncias têm ampla aplicabilidade, caracterizando-se como um método eficiente e extremamente importante na preservação de diversos componentes nutricionais, microorganismos, enzimas e corantes, entre outros, protegendo os alimentos contra os métodos mais comuns de processamento agressivo.

Comparativamente às outras áreas de aplicação da microencapsulação, o desenvolvimento de produtos alimentícios contendo ingredientes ativos é geralmente mais desafiador na indústria alimentícia, uma vez que nesta, as qualidades sensoriais não devem ser comprometidas pela adição de ingredientes encapsulados e as matrizes alimentícias são normalmente muito mais complexas do que os meios usados em outras indústrias.

A nanoencapsulação utiliza técnicas como nanocompósitos, nanoemulsificação e nanoestruturação e fornece funcionalidade do produto final que inclui a liberação controlada do núcleo. A proteção de compostos bioativos, como vitaminas, antioxidantes, proteínas e lipídios, bem como carboidratos, pode ser alcançada por meio dessa técnica para a produção de alimentos funcionais, com funcionalidade e estabilidade aprimoradas.

As diferentes técnicas desenvolvidas para a produção de nanocápsulas tem a capacidade de nanoencapsular uma infinidade de ingredientes bioativos e ativos em produtos nutracêuticos;essas nanocápsulas se decompõem e são absorvidas como alimentos comuns depois de entregarem seus ingredientes ativos.

Os sistemas de nanoencapsulação à base de lipídios aumentam o desempenho dos antioxidantes, melhorando sua solubilidade e biodisponibilidade, estabilidade in vitro e in vivo e evitando suas interações indesejadas com outros componentes dos alimentos. Os principais sistemas de nanoencapsulação à base de lipídios que podem ser usados para a proteção e distribuição de alimentos e nutracêuticos são nanolipossomos, nanococleatos e arqueossomos. A tecnologia de nanolipossomas apresenta oportunidades para tecnólogos de alimentos em áreas como encapsulamento e liberação controlada de materiais alimentícios, bem como a biodisponibilidade, estabilidade e vida útil aprimoradas de ingredientes sensíveis. A aplicação de nanolipossomos atende as necessidades de veículos carreadores de nutrientes, nutracêuticos, enzimas, aditivos alimentícios e antimicrobianos alimentares.

Os coloidossomas são cápsulas minúsculas feitas de partículas com um décimo do tamanho de uma célula humana e se montam em um invólucro oco. Moléculas de qualquer substância podem ser colocadas dentro desse invólucro, como bloqueadores de gordura, medicamentos e vitaminas podem ser colocados nos coloidossomas.

As tecnologias de nanoencapsulação têm o potencial de atender aos desafios da indústria de alimentos em relação a entrega eficaz de ingredientes funcionais para a saúde e liberação controlada de compostos de sabor.

A lecitina de soja é o principal ingrediente estrutural na formação de nanodispersões aquosas que carregam altas cargas ativos insolúveis. Esses ativos incluem nutracêuticos insolúveis em água, vitaminas solúveis em gordura e sabores. Os ativos encapsulados se dispersam facilmente em produtos à base de água, apresentando melhor estabilidade e maior biodisponibilidade.

Os nanococleatos são partículas nano-revestidas que envolvem micronutrientes e têm a capacidade de estabilizar e proteger uma ampla gama de micronutrientes e o potencial de aumentar o valor nutricional dos alimentos processados. Consistem em um fosfolipídio à base de soja purificado que contém pelo menos cerca de 75% em peso de lipídio que pode ser fosfotidilserina, dioleoilfosfatidilserina, ácido fosfatídico, fosfatidilinositol, fosfatidil glicerol e/ou uma mistura de um ou mais desses lipídios com outros lipídios. Adicionalmente ou alternativamente, o lipídeo pode incluir fosfatidilcolina, fosfatidiletanolamina, difosfotidilglicerol, ácido dioleoil fosfatídico, distearoil fosfatidilserina, dimiristoil fosfatidilserina e dipalmitoil fosfatidilglicerol.

Os probióticos são geralmente definidos como misturas vivas de espécies bacterianas e podem ser incorporados em alimentos na forma de iogurtes e leite fermentado do tipo iogurte, queijo, pudins e bebidas à base de frutas. As formas encapsuladas dos ingredientes aumentam a vida útil do produto. A nanoencapsulação é desejável para desenvolver preparações bacterianas probióticas projetadas que podem ser distribuídas a certas partes do trato gastrointestinal onde interagem com receptores específicos. Essas preparações bacterianas probióticas nanoencapsuladas podem atuar como vacinas de novo, com a capacidade de modular as respostas imunes. Conjuntos de biopolímeros estabilizados por vários tipos de forças não covalentes mostraram recentemente um progresso considerável.

Funcionalidade e biodisponibilidade

As novas propriedades dos nanomateriais oferecem muitas novas oportunidades para a indústria de alimentos. Diferentes tipos de nanoestruturas funcionais podem ser usados como blocos de construção para criar novas estruturas e introduzir novas funcionalidades nos alimentos.

Os nanomateriais usados em aplicações alimentícias incluem substâncias inorgânicas e orgânicas, podendo ser encontrados em produtos de nanoalimentos em três categorias principais: inorgânicos, materiais funcionalizados de superfície e nanomateriais orgânicos projetados.

Os nanomateriais inorgânicos para aplicação em aditivos alimentícios, embalagens ou armazenamento de alimentos incluem nanomateriais projetados de metais de transição, como prata e ferro; metais alcalino-terrosos, como cálcio e magnésio, e não metais, como selênio e silicatos; outros nanomateriais que podem ser potencialmente usados em aplicações alimentícias incluem dióxido de titânio.

Os nanomateriais funcionalizados de superfície adicionam certos tipos de funcionalidade à matriz, como atividade antimicrobiana ou ação conservante por meio da absorção de oxigênio. Para materiais de embalagem de alimentos, são usados para se ligar à matriz polimérica para oferecer resistência mecânica ou uma barreira contra o movimento de gases, componentes voláteis (como sabores) ou umidade. Comparados aos nanomateriais inertes, são mais propensos a reagir com diferentes componentes alimentícios ou se ligar a matrizes alimentares e, portanto, podem não estar disponíveis para migração de materiais de embalagem ou translocação para outros órgãos fora do trato gastrointestinal.

Os nanomateriais orgânicos (muitos deles substâncias de ocorrência natural) são usados, ou foram desenvolvidos para uso em produtos alimentícios para aumentar a captação e absorção e melhorar a biodisponibilidade de vitaminas e antioxidantes no organismo, em comparação com equivalentes convencionais a granel. Uma ampla gama de materiais está disponível nessa categoria, como por exemplo, aditivos alimentares (ácido benzóico, ácido cítrico, ácido ascórbico) e suplementos (vitaminas A e E, isoflavonas, betacaroteno, luteína, ácidos graxos ômega-3 e coenzima-Q10). Proteínas, moléculas de gordura e açúcar, bem como neutracêuticos consistindo de aditivos alimentares derivados de plantas, são exemplos de nanomateriais orgânicos.

Muitas tecnologias foram exploradas para fabricação de nanoestruturas e nanomateriais. Uma nanoestrutura é o tamanho intermediário entre uma nanodimensão e uma microdimensão, que pode ser desenvolvida em várias formas. É basicamente "estruturada" usando modelos soft/hard para formar estruturas de micronível.

Nos últimos anos, a definição de materiais nanoestruturados tem se limitado a materiais que apresentam propriedades físicas e químicas inteiramente novas e, portanto, diferem consideravelmente de materiais em macroescala com a mesma estrutura química. Os materiais nanoestruturados são vistos basicamente na forma de filmes em camadas (lamelares), aglomerados e estruturas. Além disso, as propriedades do material nanoestruturado são completamente dependentes do tamanho e da natureza da sua microestrutura. Os blocos de construção dos materiais nanoestruturados são basicamente nanopartículas, que são, da forma mais simples, nanocompósitos feitos de estruturas elementares mais complexas.

Alguns produtos alimentícios contêm ingredientes nanométricos e diferentes dos nanomateriais fabricados sinteticamente. Muitas proteínas alimentícias possuem estruturas globulares entre 10nm e 100nm de tamanho e outras incluem a maioria dos polissacarídeos e lipídios, que são polímeros lineares de espessura menor que 1nm (nanoestruturas unidimensionais). Leite e seus derivados, como proteínas do leite e caseínas, também são nanoestruturas naturais.

Os sistemas nanoestruturados sintéticos mais significativos em alimentos são nanopartículas poliméricas, lipossomas, nanoemulsões e microemulsões. Esses materiais aumentam a solubilidade, melhoram a biodisponibilidade, facilitam a liberação controlada e protegem os componentes bioativos durante a fabricação e armazenamento.

As partículas nanoestruturadas biopoliméricas incluem as micelas, estruturas esféricas de 5nm a 100nm de diâmetro, capazes de encapsular moléculas não polares, como lipídios, vitaminas e antioxidantes. Os elementos que não são solúveis em água podem ser solubilizados usando micelas e são chamados de microemulsões, as quais também têm sido usadas para produzir glicerídeos para aplicações em produtos alimentícios. Uma aplicação importante da microemulsão é fornecer eficácia antioxidante melhorada devido a possibilidade de um efeito sinérgico entre os antioxidantes hidrofílicos e lipofílicos.

Os biopolímeros de grau alimentício, como proteínas ou polissacarídeos, podem ser usados para produzir partículas de tamanho nanométrico. Um dos componentes mais comuns de muitas nanopartículas biopoliméricas biodegradáveis é o ácido poliláctico, usado regularmente para encapsular e distribuir medicamentos, vacinas e proteínas. Contudo, possui certas limitações: é removido rapidamente da corrente sanguínea e permanece isolado no fígado e rins. Como o seu propósito como nanopartícula é entregar componentes ativos a outras áreas do organismo, o ácido poliláctico precisa de um composto associativo, como o polietilenoglicol, para ter sucesso nessa atividade.

Os lipossomas são vesículas esféricas formadas por pelo menos uma bicamada concêntrica de fosfolipídios que se organizam espontaneamente em meio aquoso ou por ultrassons em meio aquoso, em que o componente da solução usada pode preencher a cavidade do interior do lipossoma.

Os lipossomas têm sido usados na indústria de alimentos para encapsular ingredientes funcionais e, mais recentemente, por sua capacidade de integrar antimicrobianos de alimentos que podem auxiliar na proteção de produtos alimentícios contra o crescimento de deterioração e microrganismos patogênicos. A nanoencapsulação à base de lipídios pode melhorar potencialmente a solubilidade, estabilidade e biodisponibilidade dos alimentos, evitando interações indesejadas com outros componentes dos alimentos. Os nanolipossomos também ajudam na entrega controlada e específica de nutracêuticos, nutrientes, enzimas, vitaminas, antimicrobianos e aditivos. Possuem tamanho menor e área de superfície interfacial maior para contato com tecidos biológicos e, portanto, fornecem maior biodisponibilidade de compostos encapsulados.

As nanoemulsões são dispersões coloidais com tamanhos de gotículas que variam de 50nm a 1.000nm. São usadas para produzir produtos alimentícios para óleos aromatizados, temperos para saladas, bebidas personalizadas, adoçantes e outros alimentos processados.

As nanoemulsões apresentam muitas vantagens, como descontaminação e alta clareza, sem comprometer a aparência e o sabor do produto. Compostos funcionais nanométricos que são encapsulados pelas nanoemulsões são usados para a distribuição direcionada de luteína, betacaroteno, licopeno, vitaminas A, D e E3, coenzimaQ10 e ácidos graxos ômega-3. Outra aplicação da nanoemulsão inclui água potável engarrafada e leite fortificado com vitaminas, minerais e antioxidantes.

Os nanocompósitos são matrizes poliméricas, onde uma das fases tem pelo menos uma, duas ou três dimensões menores que 100nm de tamanho. Vários polímeros sintéticos (poliamida, poliestireno, náilon e poliolefinas) e naturais (quitosana, celulose e carragenina) têm sido usados em embalagens de alimentos.

Aplicações na indústria de alimentos

As aplicações potenciais em ciência e tecnologia de alimentos são categorizadas principalmente em embalagem, tecnologia de processo, antimicrobianos e ingredientes alimentícios. Seu uso em alimentos pode ser categorizado como "direto" ou "indireto". O uso direto refere-se à incorporação de substâncias e materiais nanoestruturados em alimentos e também deve ser declarado como tal. Algumas das aplicações diretas incluem fragrâncias, agentes corantes, antioxidantes, conservantes e componentes biologicamente ativos (vitaminas, ácidos graxos ômega-3, polifenóis, etc.). O uso indireto compreende o uso de materiais nanoestruturados em tecnologia de embalagem e sensores, ou o uso de catalisadores nanoestruturados proficientemente para a hidratação de gorduras. Portanto, grande parte das aplicações de materiais nanoestruturados estão incluídas nessa categoria. No entanto, deve-se observar que o uso indireto de nanoestruturas entra em contato com o alimento, pois são incorporadas diretamente à matriz para beneficiar a produção de alimentos, como a hidratação catalisada de gorduras com baixo teor de ácidos graxos trans.

Os nanodispositivos ou nanossensores, em conjunto com polímeros, são usados para monitorar patógenos alimentares e produtos químicos durante os processos de armazenamento e trânsito em embalagens inteligentes, as quais garantem a integridade da embalagem do alimento e a autenticidade do produto alimentício. Esses dispositivos também podem rastrear o histórico de tempo, temperatura e data de validade.

Além de serem capazes de detectar toxinas e patógenos alimentares na embalagem, os nanossensores podem ser usados para análise de alimentos, sabores, água potável e diagnósticos clínicos. As nanopartículas também podem ser incorporadas como transdutores nanoestruturados de dispositivos biossensores.

A nanotecnologia oferece segurança alimentar em termos de embalagem para garantir uma vida útil mais longa, evitando a deterioração ou perda de nutrientes dos alimentos. A embalagem ativa tem um papel desejável na preservação de alimentos, além de fornecer uma barreira inerte às condições externas. Agem liberando moléculas desejáveis, como agentes antimicrobianos ou antioxidantes, ou agem como eliminadores de gases. Essas interações resultam em melhor estabilidade do alimento; alguns desses sistemas de embalagem incluem antimicrobianos, eliminadores de oxigênio e sistemas de imobilização enzimática.

Outra aplicação em embalagens ativas é a embalagem de liberação controlada, onde nanocompósitos também podem ser usados como sistemas de entrega, ajudando na migração de aditivos funcionais, como minerais, probióticos e vitaminas para os alimentos. Um exemplo são as nanopartículas de prata, usadas em materiais de embalagem para preservar alimentos por períodos mais longos, eliminando microrganismos em seis minutos. Os nanocompósitos de náilon, que fornecem barreiras ao fluxo de oxigênio e dióxido de carbono, também têm sido usados em embalagens de alimentos para manter o frescor e bloquear odores. Um exemplo típico são as garrafas multicamadas de tereftalato de polietileno (PET) para cerveja e bebidas alcoólicas.

A atividade antibacteriana das nanoestruturas metálicas depende principalmente de vários fatores, como grande área de superfície, tamanho, forma, internalização de partículas e funcionalidade química.

As aplicações potenciais da nanotecnologia em alimentos funcionais e design de suplementos nutricionais e nutracêuticos contendo ingredientes nanométricos e aditivos, como vitaminas, antimicrobianos, antioxidantes e conservantes estão atualmente disponíveis para melhor sabor, absorção e biodisponibilidade. Para evitar o acúmulo de colesterol, alguns dos nutracêuticos incorporados nos transportadores consistem em licopeno, betacarotenos e fitoesteróis. Ingredientes funcionais como vitaminas, antioxidantes, probióticos, carotenóides, conservantes, ácidos graxos ômega, proteínas, peptídeos e lipídios, bem como carboidratos, são incorporados a um sistema de nano-entrega, aumentado a funcionalidade e a estabilidade desses alimentos, pois não são utilizados na sua forma pura.

As aplicações da nanotecnologia na ciência alimentar impacta várias aspectos dos alimentos e das indústrias relacionadas, desde a segurança alimentar até a síntese molecular de novos produtos e ingredientes alimentícios.




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