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O futuro da COLORAÇÃO NATURAL: pigmentos de precisão, maior estabilidade e novas fontes naturais

A busca por corantes naturais mais estáveis, versáteis e seguros tornou-se um dos movimentos mais fortes da indústria de ingredientes alimentares. O consumidor já não enxerga a cor apenas como estética, mas como um marcador de naturalidade, transparência e saudabilidade. Segundo o relatório Natural Food Colors Market – Global Forecast to 2028 da Meticulous Research, o mercado global de corantes naturais deve atingir US$ 3,2 bilhões até 2028, crescendo a uma taxa anual composta (CAGR) de 7,4% — impulsionado principalmente pela pressão por rótulos clean label e pela substituição contínua de sintéticos.

Em meio a isso, a inovação em pigmentos naturais avança para um novo patamar: pigmentos de precisão, melhorias estruturais para estabilidade e novas fontes botânicas e microbianas. Carotenóides avançados, antocianinas resistentes à luz e clorofilas modernizadas representam a “próxima geração” desses ingredientes, combinando desempenho industrial com apelo natural.

A evolução dos carotenóides: maior biodisponibilidade, estabilidade e padronização

Os carotenóides — como betacaroteno, luteína, licopeno e astaxantina — são amplamente utilizados para conferir tons amarelos, laranjas e vermelhos, além de agregar benefícios antioxidantes. No entanto, historicamente apresentam limitações de estabilidade à oxidação, luz e pH. As novas tecnologias de carotenóides avançados foram desenvolvidas justamente para superar esses desafios.

Uma das principais tendências é a microencapsulação por spray drying, beadlets e lipossomas, que aumenta a proteção contra oxidação e melhora a solubilidade em matrizes aquosas. Segundo o relatório Food Colors Market da Grand View Research (2024), formulações microencapsuladas crescem 10% ao ano, tornando-se a principal forma de aplicação de carotenóides em bebidas e panificação.

Outra inovação é o uso de carotenóides produzidos por fermentação de precisão, especialmente betacaroteno e astaxantina, que oferecem maior padronização, menor variabilidade sazonal e impacto ambiental reduzido. Além disso, novas fontes botânicas — como o bixinoide extraído de variedades otimizadas de urucum e extratos de pimentas geneticamente selecionadas — ampliam a diversidade de tons vermelho-alaranjados com melhor estabilidade térmica.

Antocianinas resistentes à luz e ao pH: a nova fronteira dos azuis, roxos e vermelhos

As antocianinas sempre foram desejadas por sua naturalidade, mas limitadas pela sensibilidade extrema ao pH, luz e temperatura. A ciência dos últimos anos transformou esse cenário.

Pesquisas recentes identificaram que antocianinas ricas em acilação (presentes em fontes como batata roxa, repolho roxo e cenoura roxa) apresentam estabilidade até 10 vezes maior à luz e ao aquecimento, quando comparadas às antocianinas não aciladas. Ainda segundo a Grand View Research (2024), extratos acilados representam hoje 35% do mercado global de antocianinas — uma participação que cresce rapidamente.

Outro avanço essencial foi a criação das antocianinas azuis estáveis, obtidas por complexação molecular com flavonóis ou por extração de fontes como a Clitoria ternatea (blue pea flower). Esse pigmento azul natural, antes considerado impossível em aplicações amplas, já é utilizado em bebidas, confeitaria e lácteos.

A indústria também avança no isolamento de antocianinas com maior resistência ao pH em faixas amplas, permitindo tons violetas ou rosados estáveis mesmo em bebidas ácidas — um marco técnico que amplia enormemente seu uso comercial.

Clorofilas e clorofilinas modernizadas: mais estabilidade, melhor neutralidade sensorial e maior aplicação

Os tons verdes naturais estão passando por uma revolução silenciosa. A clorofila tradicional era altamente instável ao calor e ao pH baixo, restrita a aplicações muito específicas. Hoje, a clorofilina (clorofila saponificada) evoluiu para versões mais purificadas e estáveis, ideais para bebidas RTD, confeitaria e produtos plant-based.

Fontes alternativas — como microalgas de cultivo controlado — estão trazendo ao mercado pigmentos verdes mais puros, com menor sabor residual e maior padronização. A spirulina, em especial, se tornou uma fonte estratégica de ficocianina, pigmento azul-esverdeado que apresenta forte crescimento global. Segundo o relatório Spirulina Market – Forecast 2029, o mercado mundial de spirulina para corantes cresce a CAGR de 13%, impulsionado especialmente por bebidas funcionais e confeitarias clean label.

Novos processos de estabilização por secagem em camada fina, encapsulação e engenharia antioxidante têm aumentado significativamente a vida útil desses pigmentos — algo crucial em categorias como iogurtes, sorvetes e bebidas.

Pigmentos de precisão: a próxima geração

A maior revolução, entretanto, vem da convergência entre ciência de alimentos, biotecnologia e engenharia molecular. Os chamados “pigmentos de precisão” resultam de processos como fermentação microbiana, engenharia enzimática e extração seletiva avançada.

Esses pigmentos oferecem:

  • manipulação exata do tom, permitindo ajustar nuances específicas de cor;
  • maior uniformidade lote a lote, atendendo demandas industriais rigorosas;
  • melhor desempenho em condições severas, como pH ácido ou luz direta;
  • redução de custo ao longo do tempo, graças a escalas biotecnológicas.

A fermentação de precisão já é empregada para produzir carotenóides e pigmentos fenólicos com propriedades otimizadas, reduzindo dependência climática e aumentando sustentabilidade.

Novas fontes botânicas e microbianas: diversidade de cores e sustentabilidade

A indústria busca fontes que atendam padrões sensoriais, regulatórios e ambientais. Entre as principais tendências estão:

  • Pigmentos de raízes e tubérculos (cenoura roxa, batata azul), ricos em antocianinas altamente estáveis.
  • Flores com alto teor de pigmentos raros, como hibisco e Clitoria ternatea.
  • Microalgas e cianobactérias, com pigmentos exclusivos como ficocianina e ficoeritrina.
  • Biomassa de fermentação, que gera carotenoides e polifenóis em modelos regenerativos.

Essas novas fontes vêm ganhando espaço sobretudo pelo apelo ESG. Segundo o relatório Global Food Colors Market (Allied Market Research, 2024), 69% das empresas de alimentos globalmente buscam fornecedores capazes de comprovar redução de uso de água e emissões na produção de pigmentos naturais — o que acelera a adoção de fontes de menor impacto ambiental.

A tendência é que a cor deixe de ser apenas um atributo visual e passe a ser também um marcador de tecnologia, sustentabilidade e valor agregado — um diferencial competitivo claro para fabricantes de ingredientes e produtos alimentícios em 2026 e nos anos seguintes.


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