Lecitina de girassol Um ingrediente promissor para alimentos e bebidas
Para a maioria dos processadores de alimentos, se refere a mistura complexa natural de fosfatídeos. O termo comercial "fosfatídeos de soja" pode ser usado para denotar o complexo de lecitina isento de óleo.
A lecitina é formada por uma mescla de fosfolipídios (50%), triglicerídeos (35%) e glicolipídios (10%), carboidratos, pigmentos, carotenóides e outros microcompostos. Suas propriedades tensoativas são provenientes da estrutura molecular dos fosfolipídios, cujas moléculas possuem una parte polar hidrofílica e outra apolar lipofílica, responsável pela capacidade de redução da tensão interfacial entre uma mistura óleo/água, por exemplo. Esse poder emulsificante, permite a obtenção de emulsões do tipo óleo/água ou água/óleo.
Uma das funções mais difundidas da lecitina é a emulsificação, permitindo a mistura de substâncias de outra forma imiscíveis, especialmente em sistemas de água em óleo, como margarina e chocolate.
Entre as principais funções desempenhadas também está a solubilização, que torna possível dissolver óleos em água; suspensão, evitando a aglomeração; o umedecimento, ajudando na rápida dissolução em água; lubrificação e liberação, quando aplicada em uma película fina em utensílio de cozinha ou molde, promove a liberação de alimentos ou outros materiais daquela superfície; controle de cristalização, usado especialmente para controlar a cristalização de açúcar em sistemas de gordura, como no chocolate; complexação, tende a retardar a cristalização do amido associada ao endurecimento em produtos de panificação; anti-respingos, como na margarina; e modificação da viscosidade. Também é utilizada como estabilizante em sorvetes e gorduras e como antioxidante em óleos e gorduras.
Embora a soja seja considerada como a principal fonte de lecitina em todo o mundo, fontes emergentes, como o girassol, vem ganhando notoriedade entre os ingredientes de alimentos e bebidas, especificamente na forma de pó.
A lecitina de girassol é composta por fosfolipídios, o que a torna um emulsificante natural. Sua capacidade de combinar dois líquidos imiscíveis, como óleo e água, em uma suspensão a torna um ingrediente multifuncional na indústria alimentícia.
Colhida naturalmente do óleo de girassol bruto, o procedimento que origina a lecitina de girassol envolve desidratar um girassol e separá-lo em óleo, goma e sólidos. A lecitina é retirada da goma e processada através de um sistema de prensagem a frio. Uma vez em pó, o ingrediente torna-se mais fácil de utilizar na fabricação de alimentos.
Tecnicamente, a lecitina de girassol bruta contém aproximadamente 45% a 50% de lipídios polares, que são os componentes funcionalmente ativos, e 35% a 40% de lipídios neutros, predominantemente triglicerídeos. Para melhorar as propriedades funcionais, como por exemplo, sua dispersibilidade, bem como o manuseio das lecitinas brutas viscosas, a proporção de lipídios polares deve ser aumentada removendo os lipídios neutros através do processo de remoção de óleo.
O método mais comum para a produção de lecitinas de girassol isentas de óleo é a extração com acetona, que se baseia na propriedade dos lipídios polares serem quase insolúveis em acetona, enquanto os lipídios neutros se dissolvem facilmente.
Na primeira etapa, a lecitina bruta é misturada com acetona por agitação contínua. Em seguida, a acetona é removida por centrifugação. O resíduo de solvente é removido por secagem suave. A extração leva a produtos em forma de pó ou granulado que contêm um teor residual de aproximadamente 2% a 3% de lipídios neutros. Esses produtos apresentam uma melhora significativa na capacidade emulsificante e na dispersibilidade em água. Um agente de fluxo livre pode ser adicionado conforme necessário.
Embora menos comum do que outras fontes, a lecitina derivada do girassol é amplamente comparável às suas contrapartes. O principal benefício deste ingrediente está em sua dualidade, podendo combinar com moléculas de água, como açúcares e proteínas, bem como interagir com substâncias hidrofóbicas, como hormônios e ácidos graxos. A concentração de fosfolipídios na lecitina de girassol também ajuda a manter a integridade do produto. Possui viscosidade menor do que outras variedades, conferindo-lhe alta maleabilidade e tornando-se um ingrediente adequado para formulações.
Os fosfolipídios na lecitina de girassol a torna um emulsificante natural, permitindo combinar dois líquidos incompatíveis em uma suspensão e evitar que essa suspensão se misture com outras substâncias. Com alto teor de fosfatidilcolina (PC), derrete a uma baixa temperatura, atribuindo a sua utilidade. Além disso, é naturalmente livre de glúten, soja e laticínios, reduzindo as preocupações com relação a reações alérgicas. Estudos emergentes também mostraram que a lecitina de girassol pode ser capaz de substituir totalmente os ovos na formulação de alimentos.
Incorporar o ingrediente em um produto agrega valor potencial para os consumidores e requer pouca ou nenhuma mão de obra adicional por parte do fabricante, além de ser uma alternativa sem OGM, oferecendo benefícios quase idênticos as lecitinas tradicionais.




























