Page 10 - Aditivos | Ingredientes Ed. 158
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 ENTREVISTA    10 "Hoje, os fabricantes de alimentos ainda se concentram em grandes parques de manufaturas, mas acredito que será possível construir mini usinas de alimentos com as especificações sanitárias adequadas exclusivas para a mistura de ingredientes de diferentes fórmulas, focadas no mercado local. Isto pulverizaria a indústria de uma forma sem precedentes".         mente. Também é importante ter um planejamento de inovação claro, o que envolve um exercício de pensar o futu- ro. No Brasil, costumamos ser muito focados no curto prazo, o que mata as perspectivas de longo prazo. Por fim, é importante encontrar parceiros que ajudem a indústria neste processo. Um grande exemplo é o programa Startup Indústria da ABDI, que conecta as necessidades dos indus- triais às tecnologias que já estão sendo desenvolvidas nas startups. Na prática, o que a Indústria 4.0 oferece para as empresas do ponto de vista tecnológico e econômico? Sobrevivência. A indústria de transformação brasileira perdeu relevância na economia nacional nos últimos 15 anos, esmagada pelo ciclo de alta das commodities e, agora, en- frenta um cenário muito mais agres- sivo e competitivo com a adoção das tecnologias de indústria 4.0 em escala global. Não se adaptar a este processo pode ser desastroso para nosso parque industrial. Quais as etapas para a implantação da Indústria 4.0? O primeiro passo é a adoção do lean, com a definição de indicado- res, documentação de processos e implantação de ciclos de melhoria contínua. Em seguida, vem a criação de um plano de inovação aberta, para identificar as soluções disponíveis que possam gerar os ganhos necessários. Por fim, este plano precisa se tornar uma estra- tégia digital, com responsáveis, me- tas e indicadores claros de sucesso. Na sua opinião, qual o ponto mais crítico para a sua implantação na indústria de alimentos e bebidas? A regulamentação sanitária aparece como o principal gargalo para a indústria de alimentos. E aqui, não se trata de contrapor tecnologia e regulamentação, mas encontrar caminhos para que a flexibilização trazida pela tecnologia incremente e aperfeiçoe a segurança alimentar. Sem isso, A Indústria 4.0 é realmente a 4a Revolução Industrial como está sendo considerada por muitos especialistas? A Quarta Revolução Industrial é um conceito criado pelo Fórum Econômico Mundial de Davos em 2015. Na visão do Fórum, estamos falando de algo mais profundo do que a indústria 4.0. Estamos falan- do de uma transformação das rela- ções sociais globais como um todo. Quando pensamos nas revoluções industriais do passado, vemos que as transformações foram além do campo econômico e produtivo, elas mudaram a sociedade e a cultura. A Quarta Revolução Industrial é uma nova onda de transformações, que estamos vivenciando e cujo resulta- do ainda será incerto. a regulamentação pode se tornar um freio, modelando em detalhe processos produtivos inteiros e tornando inócuos os ganhos de produtividade. No mundo, o setor bancário tem experimentado um modelo interessante de experimentação regulatória que pode ser adotado aqui, chamado de sandbox (caixa de areia). Trata-se da criação de espaços regulatórios especiais e controlados para se tentar formas criativas de trabalhar sem gerar riscos ao sistema financeiro. Algo similar pode ser pensado no campo sanitário.    "A Quarta Revolução Industrial é uma nova onda de transformações, que estamos vivenciando e cujo resultado ainda será incerto".           "Podemos definir a Indústria 4.0 como a transformação digital dos modelos de negócios de manufatura".         ADITIVOS | INGREDIENTES 


































































































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