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ATIVIDADES ESPORTIVAS Com relação à suplementação, pode-se verificar no mercado que os aminoácidos, em geral, podem ser obtidos por hidrólise proteica, síntese química ou microbiológica. A maior parte da L -arginina, especificamente, é produzida pelo método de fermentação direta a partir de fontes naturais de carbono, como o amido presente tapioca e milho e amônia como fonte de nitrogênio. Uma das principais bactérias utilizadas no processo fermentativo é a Corynebacterium (Brevibacterium), que produz inicialmente o L -glutamato, principal precursor metabólico de L-arginina. Após a com- pleta fermentação, os micro-organismos são separados por centrifugação ou membrana de filtração. O sobrenadante ou filtrado é separado em ácidos orgânicos e outros aminoáci- dos e purificados por diversos processos até a obtenção de cristais puros de L-arginina (Utagawa, 2004). Os cristais de L-arginina são utilizados em suplementos alimentares e estão disponíveis no mercado como aminoácido livre, mas também na forma de sais sintéticos, como aspartato ou cloridrato de arginina. No Brasil, a nova regulamentação, publicada em 2018, estabelece o limite máximo de 3.810 mg para uso em suplementos alimentares (Brasil, 2018). No entanto, vale ressaltar que, em condições de infecções ou stress oxidativo intenso, quantidades maiores podem ser administradas, mas sempre com prescrição e orientação médica. Dados observaram que doses únicas de 3.000-6.000 mg raramente provocam efeitos adversos em atletas, mas doses agudas acima de 9.000 mg podem provocar efeitos gastrintestinais, como náuseas, vômito e diarreia (Grimble, 2007). Sugere-se que suplementos contendo L-arginina po- dem ser potenciais aliados para o aumento pela dilatação endotelial, o que melhora o fluxo sanguíneo e de oxigênio nos músculos, proteção do sistema imune de atletas e melhora na performance (pela produção de creatina). Porém, estimula-se a realização de mais pesquisas clínicas para melhor comprovação da sua eficácia. REFERÊNCI AS Albina, J. E., & Reichner, J. S. (1995). Nitric oxide in inflamma- tion and immunity. New Horizons (Baltimore, Md.), 3(1), 46–64. Retrieved from http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7535649 Barbul, A. (1986). Arginine: Biochemistry, Physiolo- gy, and Therapeutic Implications. Journal of Parente- ral and Enteral Nutrition, 10(2), 227–238. https://doi. org/10.1177/0148607186010002227 Brasil. ANVISA - INSTRUÇÃO NORMATIVA - IN N° 28, DE 26 DE JULHO DE 2018 - Estabelece as listas de constituintes, de limites de uso, de alegações e de rotulagem complementar dos suplementos alimentares. (2018). Brasil. Cribb, P. 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