Page 77 - Aditivos | Ingredientes Ed. 157
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  ATIVIDADES ESPORTIVAS   FIGURA 2 - PRINCIPAIS FUNÇÕES DA L-ARGININA NO ORGANISMO HUMANO Os processos que envolvem a L-arginina ocorrem de acordo com o tipo de célula, idade, estágio de desenvolvi- mento, dieta, estado de saúde ou doença e, por esses moti- vos, ainda há questionamentos sobre seu real metabolismo e funções (Morris, 2007). A síntese endógena de L-arginina ocorre a partir da citrulina, pela expressão das enzimas argininosuccinato sintetase (AAS) ou argininosuccinato liase (ASL) (Morris, 2007). Já a L-arginina ingerida através da dieta é degrada- da no trato gastrintestinal e fígado pela ação da arginase, enzima pela qual pode ser inibida pela citrulina. Então, supõe-se que a ingestão de citrulina possa proteger a L-arginina da degradação e manter os seus níveis circulan- tes. Consequentemente, L-arginina se converte em NO e citrulina pela ação da NOS (óxido nítrico sintase), o que fecha o chamado “Ciclo Citrulina-Arginina”, mantando a efetividade da produção de NO no organismo (Suzuki et al., 2019). O NO é uma das principais substâncias presentes no endotélio vascular responsável pelo relaxamento muscular e redução da pressão sanguínea (McRae, 2016). Isto implica que, se este aminoácido está disponível, ele também pode contribuir para o aumento da produção de NO. Portanto, se há uma depleção de L -arginina na corrente sanguínea ou au- mento da expressão de arginase, consequentemente ocorre a inibição da expressão de NOS e redução da concentração de NO, o que pode prejudicar diversos processos, principal- mente o que envolve a dilatação dos vasos (Morris, 2007). No caso de exercícios físicos dinâmicos, o fluxo sanguíneo, a temperatura e a transpiração aumentam. Portanto, sugere- se que o NO, produzido a partir da NOS endotelial, possa ser um dos principais responsáveis pela dilatação reflexa cutânea e também contribua para o aumento da tempera- tura corporal. Esta dilatação faz com que o fluxo de sangue e oxigênio aumente nos músculos, o que é benéfico para a prática de exercícios físicos (McNamara, Keen, Simmons, Alexander, & Wong, 2014). Os principais questionamentos estão relacionados à biodisponibilidade da L-arginina, já que, quando admi- nistrada por via oral, é extensivamente metabolizada pelo intestino e fígado (van de Poll et al., 2007)"type":"article journal","volume":"85"\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\},"uris":\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\["http://www.mendeley.com/ documents/?uuid=bbf35dcc-677f-45c7-b617-2ca8902c3 863"\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\]\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\}\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\],"mendeley":\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\{"formattedCitation":"(van de Poll et al., 2007. O estudo realizado por Suzuki et al. (2019) demonstrou que houve uma maior efetividade e melhora na performance e no esforço físico de jogadores de futebol que ingeriram citrulina (1.2 g/d) e L-arginina (1.2 g/d) durante 7 dias. No entanto, vale ressaltar que a citrulina não está presente na lista positiva publicada pela Anvisa e não é permitida para uso em suplementos alimentares industrializados (Brasil, 2018). Os exercícios físicos de média e alta intensidade podem gerar situações de stress e decaimento da concentração de diversos aminoácidos, incluindo a L-arginina (por este mo- tivo, ela pode ser considerada um aminoácido condicional). Dentro deste cenário, podem ocorrer danos celulares (e no DNA) provocados, principalmente, pela formação de radicais livres. Para avaliar o efeito da L-arginina sobre a atividade física, Stefani et al. (2018) administraram 500 mg/Kg/dia do aminoácido diluído em água (1 mL de solução), pois estudos anteriores verificaram que esta concentração foi adequada para elevar os níveis séricos de NO em até 25% em ratos. Os autores constataram que a suplementação de L -arginina associada ao treino resistido promoveu benefícios biométricos, cardiovasculares e hormonais e reforçam que a suplementação com arginina pode reduzir danos oxidativos durante o exercício. Por conta dos danos oxidativos, a L-arginina também é utilizada pelo sistema imune, já que o NO pode servir como um potente antioxidante, pois reduz consideravelmente os níveis de radicais superóxido e hidroxil, que são formados durante o stress oxidativo. Esses fatos fazem com que este aminoácido ajude na prevenção de infecções, principalmen- te em condições especiais como cirurgias, doenças crônicas ou mesmo em exercícios de alta intensidade, podendo re- duzir os danos provocados no DNA de leucócitos (Stefani et al., 2018). Outra informação importante sobre a atividade da L-arginina no organismo está relacionada à produção de creatina, junto com os aminoácidos metionina e glicina. A creatina é utilizada pelos músculos para o aumento da po- tência de transformação de ADP em ATP através da elevação da disponibilidade de fosfocreatina durante a recuperação do exercício, fato que melhora a performance (Cribb & Hayes, 2006).    77 ADITIVOS | INGREDIENTES 


































































































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