Page 49 - Aditivos | Ingredientes - Ed. 160
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 como o fator neurotrófico derivado do cérebro, podem funcionar como moduladores metabólicos, respon- dendo a sinais periféricos, como a ingestão de alimentos. Compre- ender a base molecular dos efeitos dos alimentos na cognição permite determinar a melhor maneira de manipular a dieta, a fim de aumen- tar a resistência dos neurônios e promover a aptidão mental. Embora o alimento seja classi- camente percebido como um meio de fornecer energia para o organis- mo, sua capacidade de prevenção e proteção contra doenças já foi comprovada em vários estudos. Pesquisas realizadas nos últimos anos fornecem evidências sobre a influência de fatores dietéticos em sistemas moleculares específicos e em mecanismos que mantêm a função mental. Uma dieta rica em ácidos graxos ômega 3, por exem- plo, pode auxiliar nos processos cognitivos e regular genes que são importantes para manter a função sináptica e a plasticidade. Ao longo de milhares de anos, a dieta alimentar teve papel crucial na formação da capacidade cognitiva e na evolução do cérebro. Os avanços na biologia molecular revelaram a capacidade dos sinais derivados de alimentos em influenciar o meta- bolismo energético e a plasticidade sináptica e, assim, mediar os efeitos dos alimentos na função cognitiva, o que foi crucial para a evolução do cérebro moderno. Adaptações que facilitaram a aquisição de alimentos e a eficiên- cia energética exerceram fortes pressões evolucionárias sobre a formação do cérebro moderno e o desenvolvimento de habilidades cognitivas que demandam energia. Vários componentes da dieta foram identificados como tendo efeitos sobre as habilidades cogniti- vas. Fatores dietéticos podem afetar múltiplos processos cerebrais, regu- lando vias de neurotransmissores, transmissão sináptica, fluidez de membrana e vias de transdução de sinais. O conhecimento já acumulado, aliado às recentes descobertas, permitiram identificar vários me- canismos que associam a saúde do cérebro com a alimentação e a nutrição. Entre os principais aspectos nutricionais mais clara- mente relacionados com o desem- penho cognitivo, estão o forneci- mento de energia para o cérebro (especificamente a implementação de determinados alimentos ou ingestão de carboidratos), o con- sumo de proteínas e ácidos graxos, especialmente ômega 3, e de micro- nutrientes, como ferro, vitaminas do complexo B e antioxidantes. Glicose e carboidratos. Diversos estudos sugerem que alguns aspectos do desempenho mental podem melhorar após a ingestão de uma de- terminada quantidade de glicose ou de alimentos ricos em carboidratos. A maioria desses estudos foi realiza- do em adultos e os efeitos positivos observados estão relacionados com benefícios na memória em curto prazo e com outros aspectos rela- tivos ao processamento rápido de informações, atenção e habilidade matemática. O aumento nos níveis de glicose no sangue após a inges- tão de uma bebida com glicose foi correlacionado com a melhoria do tempo de decisão, tempo de reação, velocidade de processamento de informação, capacidade de recordar palavras e melhoria na resolução de conflitos. As melhoras apresentadas estão relacionadas apenas a alguns aspectos, uma vez que existem tarefas que exigem mais esforço mental e são mais dependentes de glicose e outros substratos. As ta- refas mais complexas apresentaram melhora após a ingestão de glicose, em comparação com placebo. Da mesma forma, a realização de tare- fas de longa duração apresentaram melhoras nos últimos estágios com a ingestão de suplemento de glicose. Os efeitos benéficos do su- primento de glicose foram mais evidentes em pessoas com algum tipo de deficiência mental, como pacientes com síndrome de Down ou Alzheimer. O aumento nos níveis de glicose facilitou a memória, em parte, devido ao estimulo da ativi- dade colinérgica, aspecto que pode ser diminuído em pacientes com Alzheimer. Os efeitos positivos da glicose pode também ser mediado por insulina em indivíduos saudá- veis, bem como em situações de hiperglicemia crônica (diabetes), situação em que a função cognitiva pode ser prejudicada, inclusive, aumentando o risco de doença de Alzheimer. Alguns estudos sugerem que determinados genótipos da apo- lipoproteína E podem modular o papel da insulina na disponibilidade de glicose e condicionar a memó- ria. Isso significa que pode haver uma associação entre a doença de Alzheimer, a alteração do metabo- lismo de glicose e a menor sensibi- lidade à insulina. Proteínas e aminoácidos. Du- rante anos se pensou que a barreira hematoencefálica (BHE) protegesse o sistema nervoso central de mu- danças que ocorriam na periferia, tais como alterações nas concen- trações plasmáticas de nutrientes, NUTRIÇÃO E FUNÇÕES COGNITIVAS                        49 ADITIVOS | INGREDIENTES 


































































































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