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Cargill se reinventa para continuar no jogo

Com faturamento de US$ 110 bilhões, 155 mil funcionários em 68 países e orgulhosa de estar presente em “mais de 1 bilhão de pratos” de comida todos os dias, a multinacional americana, Cargill, está intensificando esforços para ganhar competitividade em meio a um cenário complicado.

Margens pequenas na comercialização de grãos, braço mais importante de seus negócios, concorrência maior, pressões de mercado e mudanças nos hábitos de consumo estão fazendo com que a Cargill force um novo olhar sobre si mesma, e busque ajuda fora de casa para continuar no jogo.

Justin Kershaw, Chief Information Officer (CIO) global da companhia, veio ao Brasil com o objetivo de alinhar o lançamento do primeiro programa de startups agrícolas da Cargill no país, nos moldes do que a múlti já faz na Ásia e em Cingapura. Segundo ele, a divisão de nutrição animal da Cargill e a Techstars vão acelerar e dar mentoria a 15 startups. A intenção é replicar o programa em 2019, com cerca de 20 startups, e em 2020, com mais 50. O espectro de inovação, no entanto, não se limita aos interesses da divisão de nutrição animal.

A extensão do programa para o Brasil é a parte mais visível do trabalho digital que a Cargill vem fazendo globalmente para ser uma empresa “líder em nutrir o mundo” o slogan ambicioso adotado há dois anos (antes a pretensão era apenas “nutrir pessoas”). Em alguns aspectos, como na operação de comercialização, a companhia admite que a era de fazer dinheiro acabou. “Vamos continuar a comercializar grãos até quando eles forem comercializados, mas isso está mudando. Mais e mais tecnologia será empregada”, afirmou.

Nesse sentido, a Cargill passou a investir mais tempo, capital humano e dinheiro em ativos não-físicos. Cresceram, por exemplo, os aportes em venture capital para tecnologias disruptivas. Um deles, talvez o mais “chamativo”, foi na startup californiana Memphis Meats, que criou as primeiras “chicken strips” do mundo (tiras de frango, em geral servidas como aperitivo) produzidas a partir da autorreprodução de células.

A tacada marcou o primeiro investimento de uma empresa de carnes tradicional no nascente setor da “carne limpa”, onde startups criam produtos que dizem ser melhor para o ambiente na comparação com o boi e seus impactos.

Recentemente, a companhia anunciou outro aporte minoritário na irlandesa Cainthus, que desenvolveu uma tecnologia de reconhecimento facial em vacas. A informação é usada como parte de um algorítimo que converte a imagem das vacas leiteiras em análises nutricionais, e a informação é passada diretamente ao produtor.

A Cargill está entre as quatro maiores empresas de carne bovina dos EUA. O desenvolvimento de ferramentas que atendam à demanda mundial de forma sustentável se tornou central, disse o CIO. “Estamos certos que haverá muito mais gente no futuro comendo proteína. A questão é encontrar uma forma de produção mais sustentável. Por isso chamamos as startups para promover disrupturas e manter a pressão sobre nós”, afirmou

Uma das grandes apostas está no “machine learning”, ou aprendizado das máquinas, ramo da inteligência artificial que percorre uma gigantesca quantidade de dados na tentativa de detectar padrões que possam guiar a tomada de decisão nas diversas áreas de atuação da empresa. No caso da Cargill, isso significa o mapeamento de sete petabytes de informação em sua rede de dados.

As companhias sabem a importância de armazenar, organizar e dar lógica aos dados, cujo volume global dobra a cada ano. Ordenar e analisar tamanho volume de informação pressupõe encontrar os caminhos para uma lucratividade maior a partir dos fragmentos de informações de fábricas, silos e portos.

Um estudo da empresa de pesquisa IDC aponta que até 2020, o mundo terá nada menos que cerca de 44 zettabytes (1 trilhão de gigabytes) de informações geradas com a confluência de big data, computação em nuvem e redes móveis. Só no Brasil, outro levantamento, produzido pela IBM, indica que a armazenagem de dados referentes às lavouras de milho, soja, algodão, arroz, feijão e florestas plantadas exigiriam 28,3 exabytes por ano (28 bilhões de gigabytes).

“Estamos migrando para olhar tecnologia e dados como um quarto fator de produção. Nós temos sido muito bons nos outros três, e há bastante tempo”, diz Kershaw, evocando a terra, o trabalho e o capital defendidos pelo economista Adam Smith como os três fatores de produção para otimizar o lucro de uma multinacional. “Não olhar para o quarto fator não nos tornará bons o suficiente. A Cargill já diz que quer ser reconhecida como uma empresa global importante em tecnologia”.

Em um futuro próximo o “machine learning” ajudará a Cargill em uma série de tarefas, desde a interpretação de sons emitidos por camarões (com microfones que captam o seu barulho ao comer, o que pode indicar o momento de colocar mais ração ou interromper a alimentação) à escolha da melhor rota oceânica para os navios. Dará também mais agilidade na compreensão dos movimentos de mercado e acuracidade para embasar às decisões de trading.

Essa nova realidade iniciou um processo de reagrupamento no segmento, com aquisições, parcerias comerciais em diferentes mercados e investimentos em formas mais certeiras de fazer negócio. Em dezembro, a Louis Dreyfus Company anunciou sua primeira venda de soja dos EUA à China através do blockchain, tecnologia mais segura e diretamente associada à segurança alimentar – já que possibilita o rastreamento da cadeia produtiva em segundos.

O uso de dados está criando novos modelos de negócio, melhores práticas operacionais e controle de riscos. Para a Cargill, possibilita ainda o alinhamento de valores – nutrir o mundo com segurança e sustentabilidade, diz o executivo. “O fato de sermos controlados por uma família é realmente uma vantagem para nós – não temos 60 milhões de acionistas. Tentamos usar isso a nosso favor para ganhar vantagem. Nosso board nos pergunta como atingir nossos resultados antes de nos perguntar quais resultados nós obtivemos. É o princípio que nos guia”.




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